Selic em Pausa? Ata do Copom Divide Opiniões sobre Futuro da Taxa de Juros
Após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic para 14,75% ao ano, paira a dúvida: o ciclo de alta chegou ao fim? A ata do encontro, divulgada recentemente, não trouxe o esperado consenso, deixando analistas e economistas em busca de sinais sobre os próximos passos do Banco Central.
A principal questão reside na possibilidade de uma nova dose de aperto monetário na reunião de junho. Enquanto alguns interpretam a comunicação do Copom como neutra, outros enxergam espaço para um último aumento, dependendo da evolução do cenário econômico até lá. A ata, portanto, intensifica o debate e as expectativas do mercado.
A XP Investimentos, por exemplo, avalia que a política monetária contracionista está surtindo efeito, mas questiona se a intensidade atual é suficiente para ancorar as expectativas de inflação. Apesar de considerar a ata “neutra”, a XP ressalta a necessidade de “cautela adicional” e “flexibilidade”, o que sugere um ciclo de aperto próximo do fim, mas sem garantias.
Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, compartilha da incerteza, mencionando que o Banco Central ainda não definiu se o ajuste da taxa de juros é suficiente para atingir a meta de inflação. “O BACEN manteve a questão em aberto, falando que o assunto foi discutido, mas nada foi definido. Algo que, em nossa opinião, pode indicar que o balanço de riscos não está neutro”, disse.
Contudo, há quem acredite que o Copom já sinaliza uma pausa. Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, aposta na manutenção da Selic no patamar atual por um período prolongado, com o principal risco sendo os estímulos fiscais. Leonardo Costa, economista do ASA, também compartilha dessa visão, argumentando que o Copom confia no efeito da taxa restritiva para desacelerar a economia.
Luis Cezario, economista-chefe da Asset 1, complementa que a mensagem geral da ata é de que a política monetária está significativamente contracionista, com efeitos visíveis no canal de crédito bancário. Diante da incerteza no cenário, o comitê sinaliza a intenção de manter o aperto monetário por um período prolongado.
Em resumo, a ata do Copom não oferece respostas definitivas, mas alimenta o debate sobre o futuro da Selic. A divisão de opiniões entre os especialistas reflete a complexidade do cenário econômico e a cautela do Banco Central em suas próximas decisões. O mercado aguarda ansiosamente por novos dados e sinais que possam indicar o rumo da política monetária.
Fonte: http://www.infomoney.com.br