COP30 destaca pela primeira vez a inclusão de afrodescendentes
Documentos oficiais da conferência reconhecem o papel dos afrodescendentes na luta contra as mudanças climáticas

COP30 faz menção inédita a afrodescendentes em quatro documentos oficiais, ressaltando sua participação na luta climática.
COP30 e a inclusão de afrodescendentes
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), encerrada no sábado (22) em Belém, trouxe uma inovação significativa ao incluir a menção a afrodescendentes em quatro documentos oficiais. Essa inclusão é um passo importante no reconhecimento das populações que mais sofrem com os efeitos das mudanças climáticas e reforça a necessidade de uma abordagem mais inclusiva nas políticas climáticas.
Documentos que mencionam afrodescendentes
Os documentos que fazem referência aos afrodescendentes incluem o Transição Justa, o Plano de Ação de Gênero, o Objetivo Global de Adaptação e o Mutirão. Cada um desses textos destaca a importância da participação de todos os grupos sociais na luta contra o aquecimento global e na adaptação às suas consequências. O Transição Energética, por exemplo, enfatiza a necessidade de garantir uma participação ampla e significativa, incluindo trabalhadores afetados, pessoas em situação de vulnerabilidade e, claramente, pessoas de ascendência africana.
Significado histórico e contexto
A menção aos afrodescendentes ocorre logo após o feriado nacional da Consciência Negra, que celebra a cultura e a luta por igualdade racial no Brasil. O reconhecimento formal na COP30 é visto como um avanço necessário, considerando que as populações afrodescendentes são frequentemente as mais impactadas pelas mudanças climáticas. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou que este reconhecimento é um passo importante, mas que ainda há muito trabalho a ser feito em termos de ações concretas que beneficiem essas comunidades.
Ações necessárias e participação social
Embora a inclusão dos afrodescendentes nos documentos da COP30 tenha sido celebrada, a ministra Franco alertou para a necessidade de criar políticas climáticas mais inclusivas, que considerem a realidade das comunidades historicamente marginalizadas. O ministério reconheceu que a pressão de movimentos da sociedade civil foi fundamental para essa conquista, destacando a importância do papel das organizações que atuam na defesa dos direitos dos afrodescendentes.
Reação das organizações da sociedade civil
O Geledés Instituto da Mulher Negra, uma das organizações que contribuíram para essa mudança, comemorou a inclusão e considerou um avanço significativo na política climática internacional. De acordo com o instituto, essa ação não é apenas simbólica, mas abre caminho para a implementação de políticas mais justas e eficazes, que realmente atendam às necessidades das populações mais vulneráveis.
Conclusão
A inclusão de afrodescendentes nos documentos da COP30 representa um avanço histórico na luta contra as mudanças climáticas, reconhecendo a importância de todas as vozes no processo de tomada de decisão. À medida que as conferências climáticas continuam, é essencial que essa inclusão se traduza em ações concretas que garantam a equidade e a justiça social em um mundo que enfrenta os desafios das mudanças climáticas.
Fonte: jovempan.com.br


