Melatonina e saúde cardíaca: o que dizem os novos estudos

Pesquisas recentes levantam questões sobre o uso prolongado da melatonina e seus efeitos no coração.

A melatonina, considerada uma solução eficaz para problemas de sono, tem gerado discussões sobre seu impacto na saúde cardíaca. Recentemente, um estudo apresentado na American Heart Association (AHA) levantou preocupações sobre o uso prolongado desse suplemento. A pesquisa, que analisou dados de mais de 130 mil adultos, sugere que aqueles que utilizam melatonina por mais de 12 meses podem ter um risco significativamente maior de desenvolver insuficiência cardíaca.
O que é a melatonina e como ela funciona?
Produzida pela glândula pineal no cérebro, a melatonina atua como um regulador do ciclo circadiano, promovendo sonolência em resposta à escuridão. Desde que a Anvisa autorizou sua venda como suplemento alimentar em 2021, o uso da melatonina no Brasil cresceu exponencialmente. A substância é frequentemente utilizada para tratar distúrbios do sono, como jet lag e insônia.
Resultados do estudo e suas implicações
O estudo da AHA revelou que o uso contínuo de melatonina está associado a um aumento de 90% no risco de insuficiência cardíaca entre os usuários. Além disso, o risco de hospitalização por problemas cardíacos foi quase 3,5 vezes maior para aqueles que tomaram o suplemento regularmente. É importante ressaltar que a pesquisa é observacional, o que implica que ela identifica uma correlação, mas não necessariamente prova que a melatonina causa esses problemas.
A relação entre melatonina e insônia
A interpretação dos dados sugere que muitos usuários de melatonina sofram de insônia crônica, uma condição que, por si só, é um fator de risco para doenças cardiovasculares. Portanto, a questão central é se os problemas cardíacos decorrem do uso da melatonina ou da própria privação de sono que levou à necessidade de suplementação.
Considerações sobre o uso seguro da melatonina
A melatonina é considerada segura em doses adequadas. No Brasil, a dosagem máxima aprovada é de 0,21 mg, enquanto nos Estados Unidos, é comum encontrar cápsulas com doses muito superiores, o que poderia representar um risco maior. Além disso, o uso contínuo sem supervisão médica pode desregular outros hormônios, o que levanta a necessidade de cautela, especialmente em pessoas com condições cardíacas pré-existentes.
O que os especialistas recomendam?
Os profissionais de saúde aconselham que usuários de melatonina, especialmente aqueles com histórico de doenças cardíacas, consultem um médico antes de iniciar ou continuar o uso do suplemento. O estudo de 2025 ainda precisa ser revisado antes de suas conclusões serem amplamente aceitas, mas os alertas sobre o uso irresponsável devem ser levados a sério. A melatonina pode ser benéfica em doses controladas e por períodos limitados, mas seu uso excessivo deve ser evitado para garantir a saúde do coração.
Em resumo, embora a melatonina possa ser uma aliada no combate a problemas de sono, é crucial estar ciente dos potenciais riscos associados ao uso prolongado e buscar orientação médica sempre que necessário.






