CPMI do INSS ouve dirigente de associação sob investigação da PF

Entidade é alvo de inquérito sobre fraudes no INSS

A CPMI do INSS ouve empresário ligado a associação investigada por fraudes. Entidade é alvo da Operação Sem Desconto.
CPMI do INSS investiga fraudes na associação de aposentados
A CPMI do INSS, que investiga as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social, ouve, nesta segunda-feira (10/11), o empresário Igor Dias Delecrode, dirigente da Associação de Amparo Social do Aposentado e Pensionista (AASAP). A associação é alvo de um inquérito da Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Sem Desconto. O depoimento de Delecrode é considerado crucial para esclarecer as irregularidades que envolvem a entidade.
Desvio de recursos e fraudes em assinaturas
Documentos internos da AASAP, juntamente com relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), revelaram que a associação desviava recursos para uma empresa própria. Além disso, foi identificado que um sistema de biometria foi criado para fraudar assinaturas de aposentados, permitindo a continuidade das fraudes.
O escândalo do INSS foi inicialmente revelado por reportagens do Metrópoles, que, a partir de dezembro de 2023, expuseram as fraudes em série. Três meses depois, o portal informou que a arrecadação das entidades, que incluem descontos de mensalidade de aposentados, disparou, atingindo R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações enfrentavam milhares de processos por fraudes em suas filiações.
Impacto das reportagens do Metrópoles
As reportagens do Metrópoles foram fundamentais para a abertura de inquéritos pela PF e impulsionaram as investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). A PF citou 38 matérias do portal em sua representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Os documentos que estão sendo analisados pela CPMI também revelam que o grupo pagou parentes de dirigentes do INSS através de suas empresas. Despesas em concessionárias de carros esportivos, joalherias de luxo e embarcações foram registradas, indicando um padrão de vida incompatível com os rendimentos declarados.
Investigação em curso e desdobramentos
Além de operarem uma fintech e uma construtora, o grupo possui empresas de crédito consignado em Alphaville, um bairro de Barueri, onde residem em casas de luxo. As investigações continuam, e a CPMI do INSS promete aprofundar a análise dos documentos e depoimentos para esclarecer a extensão das fraudes e os responsáveis por elas.
A audiência de hoje é mais um passo na busca por transparência e responsabilização das entidades envolvidas e das autoridades que permitiram a continuidade dessas práticas fraudulentas. O resultado desta CPMI poderá ter implicações significativas para a administração do INSS e para as políticas de aposentadoria no Brasil.
Notícia feita com informações do portal: www.metropoles.com






