Acordo do TikTok pode ser fechado na Coreia do Sul

Possível finalização do entendimento deve ocorrer durante visita de Trump

A Casa Branca indica que um acordo sobre o TikTok pode ser finalizado na Coreia do Sul nesta semana, durante visita de Trump.
A Casa Branca afirmou que um acordo para colocar o TikTok sob propriedade estadunidense pode ser finalizado na Coreia do Sul ainda nesta semana. Segundo o governo dos Estados Unidos, o entendimento com a China pode ser concluído na quinta-feira (30), durante a visita do presidente Donald Trump ao país asiático.
Durante a viagem, Trump deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, com o objetivo de reduzir tensões na guerra comercial entre as duas nações. O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou ao programa “Face the Nation”, da CBS, no domingo (26), que os dois líderes vão “consumar essa transação na quinta-feira, na Coreia”. Se concretizado, o acordo encerraria meses de incerteza sobre o futuro do TikTok nos Estados Unidos.
Contexto da negociação
A indefinição começou após amplas maiorias bipartidárias no Congresso aprovaram, e o então presidente Joe Biden sancionou, uma lei que proibia o TikTok no país caso não houvesse uma nova propriedade substituindo a ByteDance, empresa chinesa controladora da plataforma. O aplicativo chegou a sair do ar no prazo legal, em janeiro, mas foi reativado após uma ordem executiva assinada por Trump em seu primeiro dia de mandato, mantendo o funcionamento do app enquanto seu governo buscava um acordo para a venda.
Desdobramentos e ordens executivas
Desde então, Trump emitiu três novas ordens executivas, prorrogando o prazo para o acordo, mesmo sem uma base legal clara. A segunda foi em abril, quando autoridades da Casa Branca acreditavam estar próximas de concluir uma divisão do TikTok em uma nova empresa com propriedade estadunidense — plano que fracassou após a China desistir da negociação em resposta ao anúncio de novas tarifas feito por Trump. A terceira ordem foi emitida em junho e, posteriormente, outra em setembro, permitindo que o TikTok continuasse operando de forma a atender preocupações de segurança nacional.
Implicações do acordo
O acordo proposto por Trump prevê que um grupo de investidores liderados pelos Estados Unidos adquira o aplicativo da ByteDance, mas a operação ainda depende da aprovação do governo chinês. Apesar disso, segundo Bonnie Glaser, diretora do programa Indo-Pacífico do German Marshall Fund, o tema não é prioritário para Pequim. “O acordo com o TikTok não é realmente algo grande para Xi Jinping”, afirmou Glaser durante uma coletiva de imprensa. “A China está feliz em deixar Trump declarar que finalmente conseguiram fechar um acordo. Se esse acordo vai proteger os dados dos estadunidenses é uma grande questão daqui para frente.”
Segurança e opinião pública
O TikTok é, hoje, uma das principais fontes de informação para jovens estadunidenses. De acordo com pesquisa do Pew Research Center publicada em setembro, 43% dos adultos com menos de 30 anos nos EUA afirmam obter notícias regularmente pela plataforma, percentual superior ao de redes como YouTube, Facebook e Instagram. O estudo também mostrou que a opinião pública sobre o futuro do TikTok está mais dividida do que há dois anos. Aproximadamente um terço dos estadunidenses apoiam uma proibição do aplicativo, enquanto um terço se opõe. Entre os que apoiam a proibição, cerca de 80% apontam preocupações com a segurança dos dados dos usuários como principal motivo. O algoritmo de recomendação do TikTok, que direciona milhões de usuários a um fluxo constante de vídeos curtos, está no centro do debate sobre segurança. A China já afirmou que, por lei, o algoritmo deve permanecer sob controle chinês.

 
  
  
  
  
  
  
  
  


				
