Megaoperação no Rio prende 20 e expõe ‘Complexo de Israel’ dominado por facção

Uma grande operação da Polícia Civil paralisou importantes vias expressas do Rio de Janeiro nesta terça-feira, resultando na prisão de 20 criminosos e na apreensão de um arsenal composto por fuzis, pistolas, granadas e drogas. A ação teve como alvo principal uma organização criminosa que controla um conjunto de comunidades na Zona Norte, área essa que os próprios criminosos denominaram “Complexo de Israel”.
A investigação, que durou sete meses, identificou 44 traficantes sem mandados de prisão prévios, revelando a extensão da influência do Terceiro Comando Puro (TCP) na região. De acordo com a Polícia Civil, a operação faz parte de uma série de medidas para desmantelar a estrutura criminosa do TCP, facção que exerce controle sobre Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau.
A troca de tiros entre policiais e criminosos causou o fechamento da Avenida Brasil e da Linha Vermelha por cerca de uma hora e meia, provocando pânico entre os motoristas e passageiros que se deslocavam pela região. Relatos indicam que pessoas abandonaram seus veículos em busca de abrigo, enquanto outras se protegiam no interior de ônibus para evitar os disparos. “Os causadores destes ataques que interferem na rotina da população são esses narcoterroristas que atiram deliberadamente contra trabalhadores”, declarou o delegado Felipe Curi, Secretário de Polícia Civil.
Ao menos duas pessoas foram feridas em ônibus durante o confronto, incluindo um motorista e um passageiro, ambos socorridos e encaminhados para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes. Escolas e postos de saúde do complexo permaneceram fechados, enquanto mais de 50 linhas de ônibus tiveram seus trajetos alterados devido aos riscos e interdições viárias.
Segundo a Polícia Civil, a facção criminosa impõe seu domínio através de barricadas, uso de drones para monitorar as forças de segurança, toque de recolher e monopólio de serviços. A investigação também revelou um núcleo especializado em atacar aeronaves policiais. “Eles ficavam em oito pontos específicos da comunidade, em locais protegidos, com seteiras, com fuzis e lunetas. A função deles era só atirar nos helicópteros que se aproximavam”, explicou Felipe Curi.
Uma construção irregular utilizada pelos criminosos como torre de vigilância e ataque foi demolida com autorização judicial. A estrutura estava instalada em uma falsa igreja de três andares, utilizada para despistar as autoridades e garantir uma visão privilegiada para os criminosos.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br