Acordo China-EUA Impulsiona Demanda e Preços de Fretes: Entenda o Impacto no Mercado

Acordo China-EUA Impulsiona Demanda e Preços de Fretes: Entenda o Impacto no Mercado

A recente trégua comercial entre China e Estados Unidos, com a promessa de redução de tarifas, está gerando um efeito imediato no mercado de fretes. Empresas correm para aproveitar a janela de 90 dias de tarifas mais baixas, elevando a demanda por transporte de mercadorias através do Pacífico. Essa corrida, no entanto, pode resultar em um aumento nos custos de frete.

A escalada das tarifas nas últimas semanas, consequência direta da guerra comercial, já havia provocado uma retração significativa nos embarques. Dados mostram quedas expressivas nas exportações chinesas para os EUA e vice-versa, impactando negativamente o volume de negócios entre os dois gigantes econômicos. A gigante de contêineres A.P. Moller-Maersk A/S, por exemplo, estimou uma queda drástica no volume entre China e EUA.

Com o acordo, analistas preveem uma retomada da demanda e, consequentemente, um aumento nos preços dos fretes. Esse movimento tende a ser intensificado pela aproximação da alta temporada do setor, período em que a demanda por transporte de mercadorias tradicionalmente aumenta. A combinação desses fatores pode levar a um cenário de preços mais altos para os embarcadores.

Os primeiros sinais de recuperação já são visíveis. Segundo um relatório do Jefferies, as tarifas de frete na rota transpacífica saltaram de US$ 2.000 por unidade equivalente a 40 pés (FEU) em meados de abril para cerca de US$ 2.500 nesta semana. Essa reversão, embora bem-vinda, é um alívio para o setor, que vinha enfrentando uma queda nas tarifas.

“O setor de contêineres está posicionado para uma melhora significativa nas tarifas à vista com base em dois fatores fundamentais: retomada dos volumes normais e início da alta temporada”, afirmaram os analistas do Jefferies. Empresas de transporte de contêineres já se preparam para ajustar suas estratégias e otimizar o uso da capacidade disponível, prevendo um aumento nos preços.

Embora a trégua comercial seja vista como um passo positivo, a incerteza sobre um acordo permanente ainda paira sobre o mercado. Como destacou um porta-voz da Maersk, “Esperamos que isso abra caminho para um acordo permanente que proporcione a previsibilidade de longo prazo que nossos clientes precisam”. A expectativa é que os 90 dias de clareza tarifária permitam que os clientes aproveitem a oportunidade para otimizar suas operações logísticas.

É importante observar que as exportações chinesas para os EUA tradicionalmente ganham força durante o verão no hemisfério norte, com um pico em setembro. A redução das tarifas pode impulsionar ainda mais esse ciclo, gerando uma onda de exportações represadas, conforme apontou Lu Ting, economista-chefe para China do Nomura Inc. Um pacto duradouro entre China e EUA também deve alterar os fluxos comerciais de outros países.

Fonte: http://www.infomoney.com.br

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