Inflação fecha julho em 0,26%; alimentos caem pelo segundo mês seguido

A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,26% em julho, segundo dados divulgados pelo IBGE. O resultado ficou levemente acima do registrado em junho, quando o índice foi de 0,24%, mas continua apontando para um cenário de estabilidade nos preços.
O principal destaque do mês foi a queda nos preços dos alimentos, que recuaram 0,27%, repetindo o movimento de baixa observado em junho (-0,18%). A retração foi puxada pela alimentação no domicílio (-0,69%), com fortes reduções nos preços da batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). Esses itens ajudaram a aliviar o bolso do consumidor e a conter o avanço geral da inflação.
Outros grupos também registraram queda, como vestuário (-0,54%) e comunicação (-0,09%). Em contrapartida, o grupo habitação teve alta de 0,91%, impulsionado principalmente pelo aumento de 3,04% na energia elétrica residencial, que foi o item de maior impacto individual no índice, com contribuição de 0,12 ponto percentual. Em transportes, a variação foi de 0,35%, influenciada pela alta nas passagens aéreas (19,92%), enquanto os combustíveis continuaram em queda (-0,64%), com destaque para a gasolina (-0,51%).
Nos serviços, houve aceleração (0,59%) em relação a junho, e os preços monitorados — que incluem tarifas e produtos com regulação mais rígida — subiram 0,67%. No acumulado de 12 meses, o IPCA soma 5,23%, acima do teto da meta de inflação definida pelo governo (4,5%). Já no ano, o índice chega a 3,26%.
A bandeira tarifária vermelha patamar 1 continuou em vigor em julho, acrescentando R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, o que ajudou a pressionar as contas de energia. Reajustes aplicados em estados como São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro também contribuíram para o aumento.
De acordo com o gerente da pesquisa do IPCA, Fernando Gonçalves, sem o impacto da energia elétrica o índice de julho teria sido próximo de 0,15%, o que reforça o peso da conta de luz no resultado final da inflação.