Renan Calheiros critica jantar entre Derrite, Lira e Cunha
Senador expressa descontentamento com o relator do PL Antifacção após encontro polêmico

Renan Calheiros critica jantar entre Derrite, Lira e Cunha, destacando a falta de consenso no PL Antifacção.
Em um cenário político tenso, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) manifestou sua reprovação ao deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) por causa de um jantar realizado com os ex-presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e Eduardo Cunha. O encontro, que ocorreu no último domingo (16/11), levanta questionamentos em relação à condução do PL Antifacção, projeto de lei que visa alterar a forma como o governo combate o crime organizado.
A crítica de Calheiros se intensifica no contexto das negociações em torno do projeto de lei 5582/2025, que tem enfrentado dificuldades para obter consenso entre os parlamentares. O relator Derrite foi alvo de críticas, principalmente do governo, que desaprovou as alterações no texto original, elaborado pelo Ministério da Justiça. Calheiros, utilizando suas redes sociais, enfatizou que “combater o crime é não tomar aulas e não jantar com eles”, referindo-se aos envolvidos no encontro.
Votação adiada e falta de consenso
A votação do PL Antifacção estava agendada para ocorrer nas vésperas do jantar, mas Derrite, pressionado por líderes partidários, solicitou ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o adiamento da deliberação. O pedido foi aceito, e a análise do texto foi remarcada para a próxima terça-feira (18/11). Essa decisão gerou um clima de incerteza, já que o projeto passou por quatro versões diferentes e continua sem um acordo sólido.
Embora Derrite tenha tentado acomodar as demandas de diferentes grupos políticos, o projeto ainda enfrenta resistência. Dentre as principais propostas, estava a inclusão de condutas de facções criminosas na Lei Antiterrorismo, o que foi abandonado pelo relator em resposta às críticas de que isso poderia enfraquecer as investigações da Polícia Federal.
Críticas à condução do projeto
A repercussão negativa sobre o jantar e as ações de Derrite não se restringem apenas à figura de Calheiros. Outros parlamentares também expressaram suas preocupações em relação à maneira como as negociações têm sido conduzidas. O relator se vê em uma posição delicada, tentando equilibrar as expectativas de diversas frentes políticas, enquanto mantém a integridade do projeto.
Em resposta ao adiamento da votação, Motta cancelou uma reunião de líderes que estava prevista para o dia 13 de novembro, afirmando que na próxima sessão a pauta se concentrará exclusivamente na apreciação do PL Antifacção. A expectativa é que, mesmo com as tensões, um consenso possa ser alcançado para a votação.
O papel da Polícia Federal e as repercussões
As críticas de Calheiros e de outros opositores ao PL Antifacção são centradas na preocupação de que certas alterações poderiam prejudicar a atuação da Polícia Federal, essencial no combate ao crime organizado. As mudanças propostas por Derrite, que incluiram restringir a atuação da PF, foram vistas como um retrocesso na luta contra a criminalidade.
O cenário político se torna mais complexo à medida que o PL Antifacção continua a ser um tema polarizador no Congresso. As próximas reuniões e debates serão cruciais para moldar o futuro deste projeto e a eficácia das políticas de segurança pública no Brasil. Com isso, a tensão entre os diferentes atores políticos promete um desenrolar intenso nas próximas semanas.
Fonte: www.metropoles.com



