Pendências nas promessas de campanha de Lula após aprovação do IR

Ricardo Stuckert/PR

Análise das promessas não cumpridas do governo Lula em 2025

Pendências nas promessas de campanha de Lula após aprovação do IR
Lula em evento oficial. Fotografia: Ricardo Stuckert/PR

Análise das promessas de campanha de Lula, destacando as que permanecem pendentes após a isenção do IR.

Em 10 de novembro de 2025, após a aprovação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viu uma de suas principais promessas de campanha se concretizar. Essa medida, considerada crucial pela gestão, foi articulada com o Legislativo ao longo de meses e reflete uma prioridade na agenda econômica. Contudo, a menos de um ano do término de seu terceiro mandato, diversas promessas feitas durante a campanha eleitoral de 2022 ainda permanecem sem solução.

Entre as propostas não cumpridas, algumas dependem de negociações com o Congresso, enquanto outras enfrentam disputas internas entre ministérios e setores da base aliada. A situação atual pode influenciar a avaliação política do governo e o ambiente para uma eventual reeleição de Lula em 2026.

Regulamentação do trabalho por aplicativos

O governo já iniciou discussões sobre a regulamentação da atuação de motoristas de aplicativos, através do Projeto de Lei Complementar (PLP) 12/2024, conhecido como PL dos Aplicativos. Essa proposta estabelece um pagamento mínimo de R$ 32,10 por hora e a contribuição previdenciária compartilhada entre motoristas e plataformas. Enviada ao Congresso em março de 2024, a proposta permanece parada na Câmara, sem acordo para sua votação.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, tem reafirmado a intenção de dar prioridade a essa pauta. Recentemente, ele recebeu representantes dos entregadores de aplicativos, que apresentaram uma carta de reivindicações.

Propostas na área de segurança pública

No que tange à segurança pública, uma das promessas de campanha de Lula ainda não avançou: a recriação do Ministério da Segurança Pública. Este ministério, que foi incorporado ao Ministério da Justiça durante o governo anterior, é visto por muitos no Partido dos Trabalhadores como essencial para coordenar políticas de combate ao tráfico de drogas e do crime organizado. Apesar do apoio interno, a resistência dos atuais ministros, incluindo Ricardo Lewandowski, dificulta essa mudança.

A recente megaoperação no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortos, reacendeu o debate sobre a segurança pública e trouxe à tona a necessidade de uma resposta mais eficaz do governo. Lula também enviou o “PL Antifacção” ao Congresso, que visa endurecer as penas para organizações criminosas, buscando ocupar um espaço que até então estava sob domínio de narrativas adversárias.

Saúde e filas do SUS

Na área de saúde, a promessa de zerar as filas de espera por procedimentos cirúrgicos e consultas na rede pública apresenta avanços limitados. O Programa Nacional de Redução das Filas foi lançado, mas sua eficácia inicial foi considerada baixa, levando a um redesenho das iniciativas com parcerias com hospitais privados. O novo programa, denominado Agora tem Especialistas, visa melhorar o acesso aos serviços de saúde, mas ainda enfrenta desafios operacionais.

Criação de uma autoridade climática

Outro compromisso não cumprido é a criação da Autoridade Nacional de Segurança Climática, que deveria auxiliar na formulação de políticas públicas para enfrentar a crise climática. Embora a proposta tenha sido apresentada, sua implementação foi adiada sem justificativa. O governo planejou estabelecer a autarquia por meio de medida provisória, mas essa ação não se concretizou, e a urgência dessa questão permanece.

Reeleição e a continuidade do governo

Por fim, a confirmação de que Lula disputará a reeleição em 2026 contradiz suas promessas anteriores de não buscar um quarto mandato. Essa mudança de posição reflete a pressão política e a necessidade de garantir continuidade em sua agenda. A longevidade de Lula no poder, sem a formação de sucessores, suscita discussões sobre o futuro do governo e suas políticas.

Com um ano restante de mandato, Lula enfrenta um cenário repleto de desafios, onde a realização das promessas de campanha será crucial para sua avaliação e a possibilidade de reeleição em um ambiente político em constante mudança.

Notícia feita com informações do portal: www.metropoles.com

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