Pendências nas promessas de campanha de Lula após aprovação do IR

Análise das promessas não cumpridas do governo Lula em 2025

Análise das promessas de campanha de Lula, destacando as que permanecem pendentes após a isenção do IR.
Em 10 de novembro de 2025, após a aprovação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viu uma de suas principais promessas de campanha se concretizar. Essa medida, considerada crucial pela gestão, foi articulada com o Legislativo ao longo de meses e reflete uma prioridade na agenda econômica. Contudo, a menos de um ano do término de seu terceiro mandato, diversas promessas feitas durante a campanha eleitoral de 2022 ainda permanecem sem solução.
Entre as propostas não cumpridas, algumas dependem de negociações com o Congresso, enquanto outras enfrentam disputas internas entre ministérios e setores da base aliada. A situação atual pode influenciar a avaliação política do governo e o ambiente para uma eventual reeleição de Lula em 2026.
Regulamentação do trabalho por aplicativos
O governo já iniciou discussões sobre a regulamentação da atuação de motoristas de aplicativos, através do Projeto de Lei Complementar (PLP) 12/2024, conhecido como PL dos Aplicativos. Essa proposta estabelece um pagamento mínimo de R$ 32,10 por hora e a contribuição previdenciária compartilhada entre motoristas e plataformas. Enviada ao Congresso em março de 2024, a proposta permanece parada na Câmara, sem acordo para sua votação.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, tem reafirmado a intenção de dar prioridade a essa pauta. Recentemente, ele recebeu representantes dos entregadores de aplicativos, que apresentaram uma carta de reivindicações.
Propostas na área de segurança pública
No que tange à segurança pública, uma das promessas de campanha de Lula ainda não avançou: a recriação do Ministério da Segurança Pública. Este ministério, que foi incorporado ao Ministério da Justiça durante o governo anterior, é visto por muitos no Partido dos Trabalhadores como essencial para coordenar políticas de combate ao tráfico de drogas e do crime organizado. Apesar do apoio interno, a resistência dos atuais ministros, incluindo Ricardo Lewandowski, dificulta essa mudança.
A recente megaoperação no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortos, reacendeu o debate sobre a segurança pública e trouxe à tona a necessidade de uma resposta mais eficaz do governo. Lula também enviou o “PL Antifacção” ao Congresso, que visa endurecer as penas para organizações criminosas, buscando ocupar um espaço que até então estava sob domínio de narrativas adversárias.
Saúde e filas do SUS
Na área de saúde, a promessa de zerar as filas de espera por procedimentos cirúrgicos e consultas na rede pública apresenta avanços limitados. O Programa Nacional de Redução das Filas foi lançado, mas sua eficácia inicial foi considerada baixa, levando a um redesenho das iniciativas com parcerias com hospitais privados. O novo programa, denominado Agora tem Especialistas, visa melhorar o acesso aos serviços de saúde, mas ainda enfrenta desafios operacionais.
Criação de uma autoridade climática
Outro compromisso não cumprido é a criação da Autoridade Nacional de Segurança Climática, que deveria auxiliar na formulação de políticas públicas para enfrentar a crise climática. Embora a proposta tenha sido apresentada, sua implementação foi adiada sem justificativa. O governo planejou estabelecer a autarquia por meio de medida provisória, mas essa ação não se concretizou, e a urgência dessa questão permanece.
Reeleição e a continuidade do governo
Por fim, a confirmação de que Lula disputará a reeleição em 2026 contradiz suas promessas anteriores de não buscar um quarto mandato. Essa mudança de posição reflete a pressão política e a necessidade de garantir continuidade em sua agenda. A longevidade de Lula no poder, sem a formação de sucessores, suscita discussões sobre o futuro do governo e suas políticas.
Com um ano restante de mandato, Lula enfrenta um cenário repleto de desafios, onde a realização das promessas de campanha será crucial para sua avaliação e a possibilidade de reeleição em um ambiente político em constante mudança.
Notícia feita com informações do portal: www.metropoles.com






