Gel cicatrizante à base de tilápia é desenvolvido para tratar feridas em animais

Jéssica Natal

Inovação da UEPG promete revolucionar o cuidado veterinário

Gel cicatrizante à base de tilápia é desenvolvido para tratar feridas em animais
Fotos. Foto: Jéssica Natal

Pesquisadores da UEPG desenvolvem gel cicatrizante a partir da pele de tilápia, mostrando resultados promissores em feridas de animais.

Em Ponta Grossa-PR, em 7 de outubro de 2023, pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) estão inovando no tratamento de feridas em cães e gatos com um gel cicatrizante desenvolvido a partir da pele da tilápia. O projeto, que envolve docentes e alunos do Departamento de Ciências Farmacêuticas, já apresenta resultados significativos na primeira semana de tratamento.

Processo de desenvolvimento do gel

Coordenado pelo professor Flavio Luís Beltrame, o estudo destaca-se por não exigir o sacrifício das tilápias. O colágeno utilizado é extraído da pele do peixe, através de um processo de hidrólise realizado pela equipe da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Este material é enviado para a UEPG em forma líquida, onde passa por secagem e é transformado em pó, a base para a formulação do gel.

Resultados e aplicações

O gel atua promovendo a reestruturação da pele ferida dos animais. Os primeiros testes clínicos, com autorização do Comitê de Ética em Pesquisa, indicam uma cicatrização mais rápida em comparação a outros tratamentos. A formulação tem sido aplicada principalmente em feridas de primeira e segunda intenção, como aquelas decorrentes de castrações ou traumas. Até agora, 44 animais foram tratados, incluindo a gata Pixy, que se recuperou de feridas graves.

Reconhecimento e futuro do projeto

O projeto foi reconhecido com o Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), recebendo um cheque simbólico de R$ 200 mil. Com esses recursos, os pesquisadores pretendem ampliar a estrutura da pesquisa, visando criar um portfólio diversificado de produtos veterinários e buscar parcerias para comercialização em larga escala. O professor Flavio Beltrame conclui: “Acreditamos nas patentes que geramos desta tecnologia e esperamos encontrar universidades e empresas parceiras para a comercialização.”

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