Irã confirma mensagens para retomar negociações nucleares com EUA

ABEDIN TAHERKENAREH

Negociações estavam paralisadas desde junho de 2025

Irã confirma mensagens para retomar negociações nucleares com EUA
Foto: ABEDIN TAHERKENAREH

O Irã confirmou que recebeu mensagens dos EUA para retomar negociações nucleares, paralisadas desde a guerra de junho de 2025.

Neste domingo (2), o Irã confirmou que recebeu mensagens para retomar as negociações nucleares com os Estados Unidos, que estavam paralisadas desde a guerra de 12 dias em junho de 2025. A porta-voz do governo, Fatemeh Mohajerani, anunciou que os detalhes das mensagens serão divulgados no momento apropriado. “O Ministério das Relações Exteriores recebeu mensagens (para a retomada das negociações), mas explicarei o conteúdo e a natureza das mensagens no momento oportuno”, disse Mohajerani, conforme reportado pela agência Mehr.

Controvérsias das negociações

Essas declarações surgiram após a informação do veículo iraquiano Baghdad Al-Youm, que relatou que os EUA enviaram uma mensagem a Teerã através de Omã, expressando a disposição de reabrir as negociações, que haviam sido interrompidas em virtude do conflito com Israel. A mensagem também indicava a intenção do presidente americano, Donald Trump, de buscar um novo acordo com o Irã. Nos últimos meses, autoridades iranianas reconheceram a continuidade das trocas de mensagens com os EUA através de intermediários diplomáticos como Omã.

Desafios para o diálogo

No sábado (1º), Abbas Araghchi, ministro das Relações Exteriores iraniano, afirmou que não há possibilidade de iniciar negociações diretas com os EUA. Entretanto, ele indicou que um acordo para retomar as conversas indiretas, que ocorreram de abril a junho, com a mediação de Omã, é viável. Em entrevista à Al Jazeera, Araghchi expressou que Teerã está disposta a continuar as negociações para dissipar preocupações sobre seu programa nuclear, mas ressaltou que os EUA impõem “condições inaceitáveis e impossíveis”, referindo-se à demanda de “enriquecimento zero” de urânio e limitações nos mísseis iranianos.

Contexto do conflito

Essa postura foi reafirmada após a guerra de 12 dias, que teve início em 13 de junho, quando Israel bombardeou alvos nucleares e militares no Irã, resultando na morte de mais de mil iranianos. O Irã retaliou com ataques diários a Israel, que resultaram em cerca de 30 mortes. Os EUA, aliando-se a Israel, intervieram no conflito em 22 de junho, atacando instalações nucleares iranianas, dois dias antes do cessar-fogo.

Após o conflito e a estagnação nas negociações, França, Alemanha e Reino Unido, que assinaram o acordo nuclear de 2015, juntamente com Rússia, China e EUA, pressionaram pela restauração das sanções da ONU contra o Irã, que começaram a vigorar no final de setembro. Apesar disso, os países europeus afirmaram que o caminho diplomático ainda está aberto e pediram ao Irã para retornar à mesa de negociações com Washington.

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