Ex-auditor da Fazenda paulista negocia delação premiada com o MP-SP
Artur Gomes da Silva Neto é suspeito de receber R$ 1 bilhão em propinas
Artur Gomes da Silva Neto, ex-auditor fiscal, está em fase final de negociação de delação premiada com o MP-SP, suspeito de receber R$ 1 bilhão em propinas.
Em São Paulo, no dia 2 de novembro de 2025, Artur Gomes da Silva Neto, ex-auditor fiscal da Fazenda do Estado, está em fase final de negociação de um acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MP-SP). Ele é suspeito de ter recebido R$ 1 bilhão em propinas de empresas como Ultrafarma e Fast Shop, em um esquema de corrupção na Secretaria da Fazenda.
Detalhes da delação e investigação
As negociações, que começaram em agosto, têm sido conduzidas sob sigilo. Relatos de Artur somam mais de 30 anexos, cada um detalhando procedimentos tributários supostamente forjados e nomes de outros auditores fiscais e empresários beneficiados. Fontes próximas às investigações afirmam que o ex-servidor promete entregar provas documentais e financeiras que sustentem suas declarações.
Impacto do esquema de corrupção
De acordo com o MP-SP, o esquema pode ter movimentado até R$ 11 bilhões. Entre os casos mais emblemáticos está o da Fast Shop, cujos controladores confessaram ter pago R$ 400 milhões em propinas a Artur para a liberação antecipada de créditos de ICMS-ST. Os sócios da empresa firmaram acordo com o MP e aceitaram pagar multas de R$ 100 milhões.
Consequências administrativas
Artur pediu exoneração após ser preso em agosto e ocupava funções estratégicas na Secretaria da Fazenda. A investigação começou após a quebra de sigilo da consultoria Smart Tax, apontada como laranja do ex-fiscal. O avanço das apurações gerou apreensão dentro do Fisco paulista, que iniciou o refazimento de todos os ressarcimentos aprovados por Artur. Uma Comissão Processante Especial, determinada pelo secretário Samuel Kinoshita, também investiga o caso administrativamente. A contadora Maria Hermínia de Jesus Santa Clara, ex-funcionária de Artur, foi intimada a depor no dia 6.
Contexto do caso
A Operação Ícaro, deflagrada pelo Gaeco, revelou um esquema bilionário de corrupção envolvendo a venda de decisões fiscais e a liberação de créditos tributários em troca de propina, sendo um dos maiores casos investigados na Fazenda paulista.
