Tragédia no Ninho do Urubu: Justiça absolve réus em decisão de primeira instância

Tragédia no Ninho do Urubu: Justiça absolve réus em decisão de primeira instância

A Justiça do Rio de Janeiro, em decisão de primeira instância, absolveu os sete réus acusados pelas mortes de dez jovens atletas no incêndio que devastou o Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, em fevereiro de 2019. A tragédia, que também deixou três feridos, chocou o país e gerou comoção internacional.

O juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital, julgou improcedente a denúncia do Ministério Público estadual, determinando o arquivamento do processo que se arrastava desde janeiro de 2021. A decisão, contudo, não é definitiva, e o Ministério Público pode recorrer.

O magistrado fundamentou sua decisão na insuficiência de provas para sustentar a acusação de incêndio culposo e lesão corporal grave. Segundo a sentença, não foi possível individualizar condutas culposas com relevância penal nas ações dos réus, considerando as funções que exerciam no clube e nas empresas envolvidas.

Entre os absolvidos estão Antônio Márcio Mongelli Garotti, ex-diretor financeiro do Flamengo, e Marcelo Maia de Sá, então diretor adjunto de patrimônio. O juiz destacou que as atribuições de Garotti não envolviam questões técnicas e que não se podia extrair responsabilidade penal do fato de Maia de Sá possivelmente desconhecer o vencimento do alvará do CT.

Outros réus, como os engenheiros Danilo Duarte e Fábio Hilário da Silva, além de Weslley Gimenes, responsável pela parte civil dos contêineres, e Cláudia Pereira Rodrigues, da área administrativa da NHJ, também foram absolvidos. Edson Colman, sócio da empresa responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado, apontado inicialmente como possível causa da tragédia, também foi absolvido por falta de provas.

O incêndio, que ocorreu enquanto 26 jogadores das categorias de base dormiam em alojamentos improvisados em contêineres, levantou suspeitas de curto-circuito em um ar-condicionado. A falta de alvará de funcionamento do CT na época também foi um ponto crítico da investigação.

As audiências do processo se iniciaram em agosto de 2023 e contaram com o depoimento de 45 testemunhas. O ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, chegou a ser réu, mas teve a punibilidade extinta devido à prescrição da pena em razão de sua idade.

Em fevereiro de 2025, o Flamengo finalizou os acordos de indenização com as famílias das dez vítimas fatais, incluindo os pais do goleiro Christian Esmério. Entre 2019 e 2021, o clube já havia celebrado acordos com familiares das outras vítimas, buscando reparar os danos causados pela tragédia.

O incêndio ceifou a vida de jovens promessas do futebol: Athila Paixão (14), Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique da Silva Matos (14), Rykelmo de Souza Vianna (16), Samuel Thomas Rosa (15) e Vitor Isaías (15).

Fonte: http://esporte.ig.com.br

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