Horror em Araucária: MP denuncia padrasto por 22 anos de cárcere, estupro e exploração da enteada

O Ministério Público do Paraná (MPPR) formalizou uma denúncia estarrecedora contra um homem acusado de manter a enteada em cárcere privado por 22 anos em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba. A vítima foi resgatada com seus três filhos, todos frutos dos abusos cometidos pelo padrasto ao longo de mais de duas décadas. O caso chocou a comunidade e expôs uma realidade de violência e exploração inimagináveis.
Os detalhes da denúncia revelam uma série de crimes hediondos praticados entre 2003 e 2025. Estupro, estupro coletivo, cárcere privado qualificado, perseguição e dano emocional são algumas das acusações, todas agravadas pela Lei Maria da Penha. A Justiça do Paraná, reconhecendo a gravidade da situação, aceitou a denúncia e determinou que o processo tramite em segredo de justiça para proteger a vítima e seus familiares.
Carina Goiatá, advogada da vítima, expressou a esperança de que a justiça seja feita. “Queremos justiça e acredito que isso seja em âmbito nacional”, declarou, enfatizando a importância de que a vítima e sua família recebam o apoio necessário para se restabelecerem psicologicamente. A defesa está focada em garantir que o processo legal siga seu curso e que o agressor seja responsabilizado por seus atos.
A irmã da vítima, em depoimento, revelou detalhes chocantes sobre a dinâmica familiar. Ela mencionou ter percebido, desde a infância, um tratamento diferenciado do pai em relação à enteada, o que levantou suspeitas e desconforto. “Eu nunca entendi de fato porque ele gostava mais da minha irmã do que de mim”, relatou, evidenciando a manipulação e o abuso que permeavam o ambiente familiar.
O caso veio à tona após a vítima compartilhar os horrores que sofria com a irmã, que prontamente acionou a Polícia Civil do Paraná (PCPR). A denúncia levou à prisão em flagrante do padrasto, que, além dos abusos sexuais, também é acusado de violência física e de aliciar a vítima para encontros com outros homens. Segundo o delegado Eduardo Kruger, foram encontrados vídeos da vítima praticando atos sexuais com outros homens, evidenciando a coerção e a exploração.
Após ser libertada, a vítima desabafou sobre o longo período de sofrimento e a descrença de que um dia conseguiria se libertar. “Eu só imaginei que a minha história poderia passar na televisão, mas sem eu estar viva. Eu nunca imaginei poder contar a minha história”, disse, demonstrando a esperança renovada em reconstruir sua vida após anos de terror. Jackson Bahls, outro advogado da vítima, afirmou que ela espera que o agressor seja “processado, julgado e condenado, para que não faça mal a ela e nem a outras pessoas”.
Fonte: http://ric.com.br