UFPel Sob Investigação: Evento com MST Gera Denúncia no Tribunal de Contas da União

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) está no centro de uma controvérsia após a realização de um evento com o apoio de membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O caso chegou ao Tribunal de Contas da União (TCU) por meio de uma representação formalizada por dois deputados estaduais do Rio Grande do Sul.
A denúncia, protocolada pelos deputados Marcus de Almeida e Rodrigo Lorenzoni, ambos do PP-RS, acusa a UFPel de desvio de finalidade. Segundo os parlamentares, a universidade teria cedido espaço para a promoção de ideologias específicas e para ataques ao setor produtivo, extrapolando os limites de sua autonomia.
A polêmica teve origem em uma aula inaugural do curso de medicina veterinária, que abordou temas como a defesa da vida e o combate ao agronegócio. Os deputados argumentam que o evento foi transformado em um ato de militância, com a presença de integrantes do MST e lideranças políticas de esquerda, desvirtuando seu propósito acadêmico.
O diretor da Faculdade de Agronomia da UFPel, Dirceu Agostinetto, afirmou ter tomado conhecimento do teor do evento somente após sua realização. Ele expressou preocupação com a associação da universidade a uma posição ideológica contrária ao agronegócio, temendo prejuízos à imagem institucional e às atividades práticas realizadas em propriedades rurais.
Os deputados argumentam que a realização do evento violou princípios constitucionais como legalidade, impessoalidade, moralidade e finalidade pública. Eles também questionam o uso da autonomia universitária como justificativa para atividades alheias ao papel institucional da UFPel. “Foi distorcida e manejada”, criticam os autores da representação, complementando que a autonomia foi usada como “escudo para práticas estranhas à missão constitucional da instituição de ensino.”
A denúncia pede que o TCU determine à UFPel o envio de documentos relacionados ao evento, incluindo fontes de custeio, lista de convidados, registros audiovisuais e justificativas para a presença de autoridades políticas. Em caso de confirmação das irregularidades, os deputados solicitam a adoção de protocolos mais rígidos para impedir o uso de estruturas acadêmicas em atos de propaganda partidária e o encaminhamento da denúncia ao Ministério Público e à Controladoria-Geral da União.
Fonte: http://revistaoeste.com