Fumaça de queimadas pode impactar saúde de milhões

Fumaça de queimadas pode impactar saúde de milhões

Estudos indicam aumento de mortes relacionadas à inalação da fumaça até 2050

Fumaça de queimadas pode impactar saúde de milhões
Foto: Olhar Digital

Estudos indicam que até 2050, a fumaça das queimadas pode causar 70 mil mortes anuais nos EUA e 1,4 milhão globalmente.

A fumaça das queimadas representa um grave problema de saúde global, com previsões alarmantes sobre suas consequências. Dois estudos publicados em 17 de setembro de 2025, na Nature, indicam que a combinação do aquecimento global e o aumento da frequência de incêndios florestais pode resultar em um aumento significativo de mortes relacionadas à inalação da fumaça.

Projeções nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, estima-se que, até 2050, o país registre cerca de 70 mil mortes adicionais por ano devido à poluição resultante das queimadas, caso as emissões de gases de efeito estufa permaneçam elevadas. Isso representa um aumento considerável, com a Califórnia liderando a lista de estados mais afetados, seguida por Nova York, Washington, Texas e Pensilvânia. O custo econômico dessas mortes pode ultrapassar US$ 600 bilhões (R$ 3,18 trilhões) por ano.

Impacto global

Globalmente, as projeções são ainda mais alarmantes. Até o fim do século, as mortes prematuras podem alcançar 1,4 milhão por ano. A África é identificada como a região mais vulnerável, com um aumento potencial de até 11 vezes nas mortes relacionadas ao fogo. As análises utilizam modelos de inteligência artificial para projetar áreas queimadas e emissões até 2100, simulando a circulação da fumaça e seus efeitos sobre a saúde.

Efeitos da fumaça na saúde

A fumaça é composta por uma mistura tóxica de poluentes que incluem material particulado (PM2.5), monóxido de carbono (CO) e compostos orgânicos voláteis (COVs). O PM2.5 é especialmente perigoso, pois pode penetrar profundamente nos pulmões, causando inflamações e agravando condições como asma e bronquite. Especialistas alertam que a exposição prolongada a esses poluentes pode resultar em sérias complicações de saúde, incluindo aumento do risco de câncer e doenças cardiovasculares. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a concentração anual média de PM2.5 não ultrapasse 5 microgramas/m³, um nível frequentemente superado durante episódios de fumaça intensa.

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