Qualidade da água do Rio Tietê segue baixa apesar da redução da poluição

Qualidade da água do Rio Tietê segue baixa apesar da redução da poluição

Estudo revela que apenas 1,8% dos pontos do Tietê estão com água em boa condição

Qualidade da água do Rio Tietê segue baixa apesar da redução da poluição
Foto: Sem crédito

Estudo aponta que o Rio Tietê continua com baixa qualidade da água, apesar da redução de 15,9% na mancha de poluição em 2025.

Em 18 de setembro de 2025, um estudo revelador apontou que o Rio Tietê continua vulnerável, mesmo com a redução de 15,9% da sua mancha de poluição. O relatório da Fundação SOS Mata Atlântica indicou que a extensão de água imprópria para usos múltiplos caiu de 207 km em 2024 para 174 km em 2025. Apenas um ponto analisado apresentou água de condição boa, e a maioria se manteve nas categorias regular, ruim ou péssima.

Análise da qualidade da água

O estudo ‘Observando o Tietê’ foi lançado às vésperas do Dia do Rio Tietê, que acontece em 22 de setembro. O relatório revelou que a qualidade da água do Tietê permanece altamente vulnerável, com 1,8% dos pontos monitorados classificados como de boa qualidade. A situação é preocupante, pois 61,8% dos pontos estão em condição regular, 27,3% em ruim e 9,1% em péssima. Gustavo Veronesi, coordenador do projeto, destacou que, apesar da redução da mancha de poluição, a qualidade da água não teve grandes melhorias e continua suscetível a variações climáticas e poluição.

Ciclo de recuperação interrompido

Historicamente, a bacia do Tietê vivenciou um ciclo de recuperação entre 2016 e 2021, mas essa tendência foi revertida em 2022. O relatório aponta que a diminuição da qualidade da água está relacionada a eventos como o rompimento de um interceptor de esgoto na Marginal Tietê e despejos irregulares. A qualidade da água está comprometida pela redução das chuvas, que caiu de 2.050 mm em 2010 para apenas 1.072 mm em 2024. Veronesi enfatizou que a despoluição do rio exige um esforço coletivo, envolvendo tanto o poder público quanto a sociedade civil.

Necessidade de vigilância e ações estruturais

As análises revelaram a necessidade urgente de ações estruturais na Bacia do Alto Tietê. Com uma população grande sem acesso a saneamento básico, a questão da qualidade da água se torna ainda mais crítica. Veronesi ressaltou que a justiça social e a melhoria das condições habitacionais são fundamentais para que as pessoas possam ser responsabilizadas pelo saneamento. Além de tratamento de esgoto, a despoluição requer um manejo adequado dos resíduos sólidos e a proteção das nascentes.

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