Morte de Ex-Delegado: Polícia Pede Prisão de Mulher Ligada ao Crime em Praia Grande

Morte de Ex-Delegado: Polícia Pede Prisão de Mulher Ligada ao Crime em Praia Grande

A Polícia Civil de São Paulo intensificou as investigações sobre o assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, ocorrido em Praia Grande na última segunda-feira. Na noite de quarta-feira, foi solicitado à Justiça o mandado de prisão preventiva de uma mulher suspeita de envolvimento no crime, marcando um novo capítulo na busca por justiça no caso que chocou o litoral paulista. O pedido agora aguarda análise do Plantão Judiciário.

As investigações apontam que a suspeita teria desempenhado um papel crucial no transporte de um dos fuzis utilizados na execução. Ela teria levado a arma da Baixada Santista para a região metropolitana de São Paulo. A mulher foi conduzida ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), onde chegou com o rosto coberto e escoltada por agentes, sem o uso de algemas.

Em depoimento, a suspeita alegou ter ido buscar uma encomenda no litoral, desconhecendo o conteúdo da sacola, conforme fontes policiais. Há indícios de que ela possa ter um relacionamento com um fornecedor de armas, embora a participação dele no crime ainda não esteja confirmada. As autoridades mantêm o nome da mulher sob sigilo, impossibilitando o contato com sua defesa.

Paralelamente, a polícia realizou uma série de oitivas. Na manhã de quarta-feira, a mãe e o irmão de um dos suspeitos já identificados prestaram depoimento no DHPP. Testemunhas e familiares de outros envolvidos também foram ouvidos, em um esforço para esclarecer todos os aspectos do crime.

O delegado Rogério Thomaz confirmou que a Justiça decretou a prisão temporária dos dois homens identificados como executores do ex-delegado. “As oitivas integram o trabalho de apuração”, afirmou o delegado, ressaltando o empenho da polícia em levar os responsáveis à justiça. Ambos os suspeitos permanecem foragidos, enquanto as buscas continuam.

Além disso, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços na capital e na Grande São Paulo. Diversos objetos foram apreendidos e encaminhados para análise pericial, incluindo o celular de Ruy Ferraz Fontes. A análise desses materiais poderá fornecer pistas importantes para a elucidação completa do caso.

O assassinato de Ruy Ferraz Fontes ocorreu na Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, próximo à prefeitura de Praia Grande, onde ele atuava como secretário de Administração. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o carro do ex-delegado foi perseguido por uma Hilux preta, culminando em uma colisão com um ônibus e capotamento. Os criminosos desceram do veículo e efetuaram diversos disparos contra a vítima.

Ferraz, de 64 anos, foi atingido por tiros de fuzil e faleceu no local. Em sua trajetória na Polícia Civil, ele se destacou no combate ao crime organizado, mapeando a estrutura do Primeiro Comando da Capital (PCC) e participando de operações que resultaram na prisão de líderes da facção, como Marcola e André do Rap.

As autoridades trabalham com diversas linhas de investigação, incluindo a possibilidade de vingança do PCC, que já havia ameaçado Ferraz em razão de sua atuação contra o grupo. Outra hipótese considerada é a de que o crime tenha relação com sua atividade como secretário de Administração na Prefeitura de Praia Grande.

O promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco, revelou que um dos suspeitos já esteve preso em uma ala controlada pelo PCC. Adicionalmente, investiga-se a possibilidade de o ataque ter sido orquestrado por uma célula da facção conhecida como “Sintonia Restrita”, composta por pistoleiros especializados.

Fonte: http://revistaoeste.com

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