Novo estudo sugere que Marte pode ter sido habitável

Gases de enxofre teriam desempenhado papel importante na atmosfera do planeta vermelho

Pesquisas recentes indicam que Marte pode ter sido mais acolhedor à vida do que se pensava, devido a gases de enxofre.
Pesquisadores da Universidade do Texas em Austin publicaram um estudo na revista Science Advances, revelando que Marte, em seus primeiros bilhões de anos, pode ter sido mais acolhedor à vida do que se imaginava. A pesquisa sugere que atividades vulcânicas liberaram gases de enxofre reativos que intensificaram o efeito estufa, mantendo temperaturas mais amenas no planeta vermelho.
Gases de enxofre e o efeito estufa
Os cientistas utilizaram dados da composição de meteoritos marcianos para simular diferentes cenários atmosféricos. Os resultados indicam que, ao contrário do que previam modelos anteriores, Marte teria concentrado formas químicas reduzidas de enxofre, altamente reativas, em vez de apenas dióxido de enxofre (SO₂). A presença de compostos como sulfeto de hidrogênio (H₂S) e hexafluoreto de enxofre (SF₆) pode ter criado um ambiente único em Marte primitivo, favorecendo a retenção de calor e água líquida.
Descobertas e implicações
O estudo também sugere que o ciclo do enxofre pode ter sido dominante durante esse período em Marte. Embora meteoritos apresentem altos níveis de enxofre reduzido, a superfície do planeta contém enxofre ligado ao oxigênio, indicando uma transformação constante entre diferentes formas químicas. Em 2024, a NASA, através do rover Curiosity, encontrou enxofre elementar em rochas marcianas, reforçando as previsões das simulações realizadas no estudo.
Novas investigações sobre a água em Marte
Além de sugerir que o enxofre pode ter ajudado a aquecer a atmosfera, o estudo abre espaço para novas investigações sobre a presença de água em Marte primitivo. Os pesquisadores estão explorando se a atividade vulcânica poderia ter fornecido grandes reservas hídricas e nutrientes para formas microbianas de vida. Atualmente, Marte é conhecido por suas temperaturas médias em torno de −62 °C, o que dificulta a existência de água líquida estável, mas os modelos climáticos poderão indicar por quanto tempo o planeta manteve condições mais quentes.
Notícia feita com informações do portal: olhardigital.com.br