Mudança na estratégia do governo sobre redes sociais

Mudança na estratégia do governo sobre redes sociais

Regulação econômica das big techs é o novo foco

Mudança na estratégia do governo sobre redes sociais
Foto: N/A

O governo Lula altera sua abordagem sobre a regulação de redes sociais, focando na regulação econômica das big techs.

A regulação dos conteúdos das redes sociais é um objetivo antigo do governo federal. Diante de um ambiente desfavorável no Congresso para pautar o assunto, no entanto, o Palácio do Planalto decidiu mudar de estratégia. O objetivo agora é enviar para discussão apenas o projeto de lei que trata da regulação econômica das chamadas big techs.

Novo foco na regulação econômica

O texto estabelece a criação de medidas para combater práticas que prejudiquem a concorrência no setor. Segundo informações, a proposta sobre a regulação das redes sociais determinaria a responsabilidade objetiva das plataformas sobre o material publicado, ajudando no combate a fraudes na internet e na proteção das crianças no mundo digital. Na avaliação do Planalto, o projeto sobre adultização, aprovado pelo Congresso no fim de agosto, já contempla pontos importantes dessa proposta.

Resistência no Congresso

Ao mesmo tempo, parlamentares que acompanharam as negociações afirmam ainda que o tema de regulação das big techs enfrenta grande resistência no Congresso e que dificilmente o texto seria aprovado. A proposta que será apresentada ao Congresso foi elaborada pelo Ministério da Fazenda e amplia o poder de atuação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Inspirado na Lei de Mercados Digitais do Reino Unido, o texto permite que o órgão atue de forma preventiva contra condutas de companhias classificadas como de “relevância sistêmica”.

Práticas anticoncorrenciais

O plano inclui a criação de uma superintendência específica no órgão antitruste, com poderes para aplicar obrigações especiais às big techs. A avaliação é que os processos atuais são lentos demais para acompanhar a velocidade das mudanças no setor digital. Entre as práticas anticoncorrenciais citadas estão a falta de transparência nos buscadores, cobrança de taxas abusivas pelas lojas de aplicativos às empresas de tecnologia menores, venda casada de serviços e direcionamento nos meios de pagamento. O governo argumenta que este cenário mina a competitividade, sufoca empresas menores e acaba encarecendo os serviços ao consumidor final.

Foco nas big techs

O projeto de regulação econômica mira as big techs conhecidas como “big five”, ou seja, as cinco gigantes do Vale do Silício: Google, Amazon, Apple, Meta e Microsoft. Por outro lado, não deve afetar o funcionamento de empresas de tecnologia menores.

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