Dólar Reage Após Decisão do Fed e Ibovespa Rompe Barreira dos 145 Mil Pontos em Novo Recorde

O mercado financeiro brasileiro apresentou forte volatilidade nesta quarta-feira (17), reagindo à decisão do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juros americana e às declarações de seu presidente, Jerome Powell. Após um período de relativa estabilidade, o dólar à vista experimentou oscilações significativas, fechando o dia cotado a R$ 5,3012, um leve aumento de 0,06%. A valorização interrompeu uma sequência de cinco pregões de queda da moeda americana.
O Fed, como amplamente esperado, anunciou um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, estabelecendo um intervalo entre 4,00% e 4,25%. A justificativa para a medida foi a deterioração do mercado de trabalho nos Estados Unidos. No entanto, a decisão não foi unânime, com o novo diretor do Fed, Stephen Miran, defendendo um corte ainda mais agressivo, de 0,50 ponto percentual.
Inicialmente, o dólar perdeu força após o anúncio do Fed, chegando a atingir a mínima de R$ 5,27. Contudo, o cenário se reverteu durante a coletiva de imprensa de Jerome Powell. O presidente do Fed adotou um tom cauteloso, enfatizando que futuras decisões sobre juros dependerão da análise contínua dos dados econômicos. “As projeções contidas no gráfico de pontos não são uma certeza e devem ser vistas ‘sob o ângulo das probabilidades'”, ponderou Powell.
Enquanto isso, o Ibovespa continuou sua trajetória de alta, renovando as máximas intradia e de fechamento. Pela primeira vez, o índice ultrapassou a marca dos 146 mil pontos durante o pregão, impulsionado pela expectativa de juros mais baixos nos Estados Unidos. Ao final do dia, o Ibovespa fechou aos 145.593,63 pontos, um avanço de 1,06%, consolidando o terceiro recorde consecutivo.
Apesar do otimismo generalizado, a cautela demonstrada por Jerome Powell também impactou o desempenho do Ibovespa, que perdeu parte do fôlego durante a sua fala. “A perda de dinamismo do índice, assim como a observada nas referências de Nova York, se impôs durante a fala do presidente do Fed”, destaca João Paulo Fonseca, head de renda variável da HCI Advisors. No entanto, o mercado brasileiro segue aquecido, com destaque para as ações de empresas cíclicas, mais sensíveis às variações nas taxas de juros.
Fonte: http://jovempan.com.br