Repressão e fome aumentam na Coreia do Norte, alerta ONU

Relatório revela agravamento da situação dos direitos humanos no país

A ONU denuncia aumento da repressão e da fome na Coreia do Norte, com mais de 40% da população subnutrida e vigilância estatal intensificada.
Um relatório recente da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, divulgado em 12 de setembro de 2025, aponta para um agravamento da situação na Coreia do Norte. Desde 2014, o governo comunista de Pyongyang intensificou a vigilância sobre os cidadãos, restringindo ainda mais as liberdades e implementando políticas que resultam em fome e trabalho forçado. Mais de 40% da população norte-coreana sofre de subnutrição, e comer três refeições por dia é considerado um luxo.
Situação dos direitos humanos
O documento, que se baseia em mais de 300 entrevistas com vítimas e testemunhas, revela que o Estado criou um arcabouço legal que legitima práticas repressivas, como a aprovação de leis que criminalizam o acesso a informações estrangeiras. Grupos especiais realizam buscas em residências para localizar conteúdos considerados “anti-socialistas”, enquanto o uso de celulares cresce, mas o acesso à internet é inexistente para a população.
Aumento do trabalho forçado
Outro aspecto alarmante é o aumento do trabalho forçado, com mobilizações em prisões e brigadas responsáveis por tarefas pesadas. Crianças em situação de rua também são empregadas em atividades arriscadas, frequentemente submetidas a condições que resultam em mortes. A ONU documentou que a pena de morte foi ampliada para crimes que não se enquadram na definição de “crimes mais graves” do direito internacional, e testemunhas relataram execuções públicas desde 2020.
Conclusões e recomendações
O relatório conclui que a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte não melhorou e, em muitos aspectos, se deteriorou. A Alta Comissária pediu o fim dos campos de prisioneiros políticos e a abolição da pena de morte, além de promover o diálogo internacional. A avaliação enfatiza que a atual trajetória do regime norte-coreano resultará em mais sofrimento para a população, que já enfrenta dificuldades há décadas.