Leilão define construtora para o inédito túnel submerso Santos-Guarujá: obra bilionária promete revolucionar a mobilidade na Baixada Santista

Leilão define construtora para o inédito túnel submerso Santos-Guarujá: obra bilionária promete revolucionar a mobilidade na Baixada Santista

O futuro da mobilidade na Baixada Santista será definido nesta sexta-feira, 5, com o leilão que escolherá a empresa responsável pela construção do primeiro túnel submerso do Brasil, ligando Santos e Guarujá. A disputa, que ocorrerá na sede da B3 em São Paulo a partir das 16h, atraiu o interesse de duas gigantes da construção civil: a espanhola Acciona Concesiones e a portuguesa Mota-Engil. O projeto representa um investimento estimado em R$ 6,8 bilhões e promete transformar a rotina de milhares de pessoas.

O critério de seleção da vencedora será o maior desconto oferecido na parcela mensal a ser paga pelo governo à concessionária ao longo dos 30 anos de contrato. Em caso de empate na proposta inicial, uma nova rodada de lances será realizada ao vivo, garantindo a transparência e a competitividade do processo. A expectativa é alta para o desfecho deste leilão, que marcará um novo capítulo na infraestrutura nacional.

Esta ambiciosa obra é resultado de uma colaboração entre os governos estadual e federal, juntamente com o setor privado, que assumirá a responsabilidade pela construção, operação e manutenção do túnel. O edital estabelece um prazo desafiador para a conclusão das obras: até 2030. A complexidade do projeto exige expertise e tecnologia de ponta, além de um planejamento rigoroso para garantir o cumprimento dos prazos.

Com uma extensão de aproximadamente 1,5 km, sendo 870 metros submersos, o túnel se destaca como a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. A nova via subterrânea permitirá o tráfego de veículos de passeio, transporte público, caminhões, bicicletas e pedestres, substituindo o atual fluxo de 78 mil pessoas que utilizam barcos e balsas diariamente para cruzar o canal. A melhoria na mobilidade urbana e regional será notável.

A ideia de conectar Santos e Guarujá por meio de um túnel é antiga, remontando a 1927, quando o então governador de São Paulo, Júlio Prestes, recebeu o projeto inicial do engenheiro Enéas Marini. Após décadas de espera e discussões, o plano foi retomado no início deste ano, com o lançamento do edital pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Nas palavras de Lula, “Não é possível a gente deixar de trabalhar de forma conjunta, de compartilhar esforço”.

A construção do túnel empregará uma técnica inovadora, onde cada seção é construída em terra firme, testada e, posteriormente, transportada por flutuação até o local de instalação. De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos, “Lá, os blocos são cuidadosamente afundados, encaixados no leito do canal e protegidos por camadas de areia e pedras”. Essa abordagem minimiza os impactos ambientais e urbanos, além de garantir uma execução mais rápida e eficiente.

A escolha dessa técnica construtiva levou em consideração as características do solo local, composto por argilas moles e sedimentos fluviais, que dificultam escavações profundas. A opção por um túnel submerso também se mostrou mais vantajosa em relação à construção de uma ponte, devido às restrições impostas pela Base Aérea de Santos e pelo intenso tráfego de navios no canal portuário. A expectativa é que o túnel Santos-Guarujá se torne um marco na engenharia brasileira.

Fonte: http://revistaoeste.com

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