Luto no Jornalismo: Morre Mino Carta, Fundador de Veja e Carta Capital, Aos 91 Anos

Luto no Jornalismo: Morre Mino Carta, Fundador de Veja e Carta Capital, Aos 91 Anos

O jornalismo brasileiro perdeu um de seus nomes mais influentes. Mino Carta, fundador das revistas Veja e Carta Capital, faleceu nesta terça-feira (2) em São Paulo, aos 91 anos. Sua trajetória, marcada por um olhar crítico e independente, moldou o debate público no país por décadas. Carta enfrentava problemas de saúde, conforme informou a Carta Capital, publicação que dirigia até seus últimos dias.

De origem ítalo-brasileira, Mino Carta iniciou sua carreira na revista Quatro Rodas, mesmo sem ter afinidade com o universo automobilístico. “Ele se orgulhava de dizer que não sabia dirigir nem diferenciar um Volkswagen de uma Mercedes”, relembrou a Carta Capital. Sua visão inovadora e ousada o impulsionou a criar projetos editoriais de grande impacto.

Em 1968, Carta lançou a revista Veja, que se tornou um marco no jornalismo nacional. Posteriormente, em 1976, fundou a revista IstoÉ, e em 1994, a Carta Capital, conhecida por sua linha editorial progressista. O jornalista também esteve à frente do Jornal da Tarde e do Jornal da República, demonstrando sua versatilidade e compromisso com a informação.

A Carta Capital se consolidou como uma voz progressista no cenário midiático brasileiro, contrastando com outras publicações de viés mais conservador. A revista se propõe a ser a “maior referência em jornalismo progressista no Brasil, em qualquer plataforma”. A publicação sempre buscou oferecer uma perspectiva alternativa e engajada sobre os acontecimentos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Mino Carta, expressando profunda tristeza pela perda do amigo. “Em meio ao autoritarismo do regime militar, as publicações que dirigia denunciavam o abuso dos poderosos e traziam a voz daqueles que clamavam pela liberdade”, afirmou Lula em suas redes sociais.

Crítico ferrenho do jornalismo empresarial e da influência das redes sociais, Carta defendia a independência editorial como um valor fundamental. “Em lugar de praticar um jornalismo realmente ativo, na busca corajosa pela verdade, a imprensa está sendo engolida e escravizada pelas novas mídias”, declarou em entrevista recente ao jornalista Lira Neto.

Em sua visão pessimista sobre o futuro do país, Mino Carta expressou preocupação com a persistência de estruturas de poder arcaicas. “Este país não tem saída, graças aos que o governaram e à permanência de um pensamento medieval representado pela Casa-Grande”, vaticinou, referindo-se à elite escravocrata que moldou a história do Brasil.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br

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