Quando Pelé Silenciou as Armas: A Incrível História do Jogo do Santos que Parou uma Guerra

Em fevereiro de 1969, o mundo testemunhou um evento singular, um oásis de paz em meio ao caos da Guerra de Biafra, na Nigéria. O Santos Futebol Clube, liderado pelo lendário Rei Pelé, protagonizou um amistoso que transcendeu as quatro linhas e silenciou, ainda que momentaneamente, o som dos conflitos.
A partida, realizada em Benin, próxima à fronteira com a região separatista de Biafra, marcou um ponto de inflexão na história. Naquela época, o Santos, no auge de sua glória, era uma potência global do futebol. Uma turnê africana, em um contexto de guerra civil, transformou-se em um ato de diplomacia inesquecível.
Após a conquista do hexacampeonato brasileiro em 1968, o Santos priorizou excursões internacionais, mais rentáveis que a Copa Libertadores. Os amistosos em países como Congo, Nigéria e Moçambique injetavam dólares nos cofres do clube, compensando os custos das competições sul-americanas. O convite para jogar em Benin, no coração da guerra, surgiu como um desafio e uma oportunidade.
A promessa de segurança para a delegação santista foi crucial para a aceitação do convite. A partida contra a Seleção do Meio Oeste, em Benin, ganhou contornos épicos. “A notícia da chegada do ‘Rei do Futebol’ e seu time se espalhou rapidamente”, conforme noticiado à época. As autoridades locais decretaram feriado para que a população pudesse acompanhar o espetáculo.
Cerca de 25 mil pessoas, cansadas do terror da guerra, lotaram o estádio, unidas pela paixão pelo futebol e pela esperança de um breve respiro. Em campo, o Santos venceu por 2 a 1, com gols de Edu e Toninho. No entanto, o placar foi o detalhe menos importante. Aquele jogo representou um raro momento de trégua, um instante de alívio e celebração em meio à devastação.
Fonte: http://esporte.ig.com.br