Operação Revela Esquema Milionário do PCC em Postos de Gasolina

Uma vasta operação da Receita Federal e da Justiça de São Paulo desmantelou um esquema de lavagem de dinheiro operado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) através de uma rede de postos de combustíveis. A “Operação Carbono Oculto” identificou 19 postos supostamente ligados à facção, revelando que a organização criminosa utilizava mais de mil estabelecimentos para ocultar recursos ilícitos.
As investigações apontam que os postos de gasolina envolvidos recebiam dinheiro em espécie ou através de máquinas de cartão, desviando os fundos para contas controladas pelo PCC. De acordo com documentos judiciais, esse intrincado sistema financeiro permitia a lavagem de bilhões de reais, impulsionando as atividades da facção.
Entre os postos identificados, sete estão registrados em nome de Armando Hussein Ali Mourad, irmão de Mohamad Hussein Mourad, apontado como figura central na expansão e proteção do patrimônio do PCC. A lista inclui estabelecimentos em Goiás, como o Auto Posto Vini Show em Senador Canedo, o Auto Posto Dipoco em Catalão, e outros em Santo Antônio do Descoberto, Jataí, Niquelândia, Goiânia e Morrinhos.
Outros postos, ligados a Luciane Gonçalves Brene Motta de Souza e Alexandre Motta de Souza, são acusados de fraudes em bombas de combustível e adulteração, como o Auto Posto Conceição em Campinas e o Auto Posto Boulevar XV São Paulo em Praia Grande. A Rede Boxter também está sob investigação, com Renan Cepeda Gonçalves sendo considerado peça-chave devido à sua ligação com a rede.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, comentou sobre a operação, destacando que a migração do crime organizado para a legalidade é um fenômeno global. “Para combater, não basta apenas uma operação”, afirmou Lewandowski, enfatizando a necessidade de uma atividade integrada de todos os órgãos, especialmente aqueles que trabalham com inteligência.
Dados da investigação revelam a magnitude do esquema, com cerca de mil postos de combustíveis vinculados ao grupo movimentando R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. Uma fintech que atuava como banco paralelo da organização movimentou sozinha mais de R$ 45 bilhões não rastreáveis no mesmo período, demonstrando a sofisticação e o alcance das operações financeiras do PCC.
Fonte: http://revistaoeste.com