Desafiando Trump, Diretora do Fed Rejeita Demissão e Questiona Legalidade da Ação

Desafiando Trump, Diretora do Fed Rejeita Demissão e Questiona Legalidade da Ação

Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed), desafiou abertamente o ex-presidente Donald Trump, recusando-se a renunciar ao cargo. A controvérsia surge após Trump alegar ter demitido Cook, a primeira mulher afro-americana a integrar a diretoria do banco central americano, mencionando supostas declarações falsas em contratos hipotecários. A diretora, por sua vez, contesta a autoridade do ex-presidente para destituí-la e promete lutar contra o que considera uma ação ilegal.

Em uma declaração contundente, Cook, através de seu advogado Abbe Lowell, afirmou que “não vai renunciar”. Ela argumenta que Trump não possui base legal para a demissão, já que membros do Fed só podem ser destituídos por justa causa, conforme interpretações da Suprema Corte. Lowell se comprometeu a tomar “todas as medidas necessárias para evitar sua tentativa de agir ilegalmente”, sinalizando uma possível batalha judicial.

A disputa se centra em uma denúncia criminal apresentada por um aliado de Trump, o diretor da Agência Federal de Financiamento Habitacional (FHFA). Trump alega que a denúncia, que acusa Cook de fazer declarações falsas em contratos hipotecários anteriores à sua nomeação ao Fed, justifica a sua demissão. A senadora Elizabeth Warren, importante figura democrata na Comissão Bancária do Senado, classificou a manobra de Trump como uma “tomada de poder autoritária” e defendeu uma contestação judicial.

A polêmica reacende o debate sobre a independência do Fed e a capacidade dos presidentes de interferir em suas decisões. Nos últimos anos, Trump tem criticado publicamente o Fed e seu presidente, Jerome Powell, por políticas monetárias que considerava prejudiciais à economia. A situação levanta questões sobre a politização do banco central e seus potenciais impactos na estabilidade econômica.

Cook assumiu o cargo de governadora do Fed em maio de 2022 e foi reconduzida ao conselho em setembro de 2023 para um mandato que se estende até 2038. Anteriormente, ela integrou o Conselho de Assessores Econômicos do ex-presidente Barack Obama. O Fed ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas a disputa promete gerar repercussões significativas no cenário político e econômico americano.

Fonte: http://jovempan.com.br

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