Empreendedoras Brasileiras Unem Vozes por Crédito e Políticas Públicas Inclusivas

Empreendedoras Brasileiras Unem Vozes por Crédito e Políticas Públicas Inclusivas

Empreendedoras de todo o Brasil se reuniram em Brasília para a Conferência Livre: Mulheres no centro – democracia econômica, empreendedorismo e direitos, defendendo acesso facilitado a crédito, capacitação e participação em políticas públicas. O encontro, realizado tanto online quanto presencialmente, serviu como palco para a discussão de soluções que visam fortalecer o empreendedorismo feminino no país.

As propostas levantadas durante a conferência serão compiladas e apresentadas na 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, agendada para o final de setembro. Raquel Ribeiro, coordenadora-geral de Gestão de Empreendedorismo do Ministério do Empreendedorismo, ressaltou a importância do evento para aprimorar as condições de trabalho para as mulheres que buscam empreender.

Ribeiro enfatizou que muitas mulheres empreendem por necessidade, o que reforça a urgência de políticas públicas eficazes. “As pesquisas nos mostram que grande parte dessas mulheres empreendem por necessidade. E justamente por empreenderem por necessidade é que precisam de políticas públicas eficazes”, afirmou, destacando a necessidade de acesso a crédito, educação empreendedora e redes de apoio.

Com mais de 10 milhões de mulheres empreendedoras no Brasil, a maioria mães com faturamento médio de R$ 2 mil, as disparidades de gênero são evidentes. “Os números apontam que as mulheres empreendem por necessidade, são melhores pagadoras, mas dedicam menos tempo para os seus negócios do que os homens e têm faturamento médio menor do que os homens”, complementou Ribeiro, ilustrando os desafios enfrentados.

A facilitação do acesso ao crédito foi um dos pontos centrais do debate. Dora Gomes, líder do Comitê de Igualdade Racial do Grupo Mulheres do Brasil, defendeu que a análise de risco social seja considerada na concessão de crédito, especialmente para novas empreendedoras que muitas vezes não atendem aos critérios tradicionais. Ela também enfatizou a necessidade de maior representatividade feminina em conselhos consultivos.

Daise Rosas, representante do Instituto Reafro, celebrou os avanços recentes e a crescente atenção ao empreendedorismo feminino. “Nunca fomos atendidas, nunca fomos olhadas com esse olhar que está acontecendo agora”, disse, ressaltando a importância de garantir a continuidade de políticas como o programa Elas Empreendem.

Ao final do encontro, foram definidas três prioridades que serão levadas à Conferência Nacional: acesso ao crédito inclusivo, capacitação e formação empreendedora, e inclusão interseccional. Scarlett Rodrigues, da Rede Mulher Empreendedora, juntamente com Daise Rosas e Dora Gomes, foram eleitas delegadas para representar o grupo na etapa nacional.

Simone Schaffer, coordenadora-geral de Promoção da Igualdade Econômica das Mulheres do Ministério das Mulheres, reiterou que as prioridades definidas refletem o debate nacional. Ela reconheceu que o acesso ao crédito ainda representa um grande obstáculo para as mulheres, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade.

A Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, cuja última edição foi em 2016, tem como objetivo central promover a discussão e formulação de políticas públicas que visem a igualdade de gênero e a garantia dos direitos femininos. As conferências livres, municipais, regionais, estaduais e distrital preparam o terreno para o encontro nacional.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br

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