Oposição ocupa plenários do Congresso Nacional por anistia e impeachment de Moraes
Parlamentares da oposição ocuparam as mesas diretoras dos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal nos dias 5 e 6 de agosto de 2025, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os deputados e senadores aliados a Bolsonaro permaneceram no local, realizando revezamentos, para pressionar pela inclusão na pauta de votação de propostas que defendem a anistia ampla e irrestrita aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, além do impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A situação motivou o cancelamento das sessões previstas para os dias da ocupação e convocação de reuniões entre líderes partidários para tentar resolver o impasse. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), manifestaram preocupação com a interrupção dos trabalhos legislativos e defenderam o respeito às instituições democráticas. Motta chegou a ameaçar sanções regimentais contra os ocupantes e mencionou a possibilidade de uso da Polícia Legislativa para desobstrução.
Durante a ocupação, os parlamentares colaram adesivos nas bocas, acorrentaram os braços e passaram a noite nos plenários, demonstrando a intensidade do protesto. A pauta apresentada foi batizada de “pacote de paz”, incluindo ainda o fim do foro privilegiado, medida que pode afetar o julgamento do ex-presidente Bolsonaro.
Após dois dias de obstrução, a oposição desocupou as mesas diretoras, permitindo a retomada das votações no Congresso. Entretanto, os parlamentares afirmaram que continuarão mobilizados para que suas demandas sejam debatidas e incluídas na agenda legislativa, mantendo o foco na anistia, no fim do foro privilegiado e no impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
