Bolsonaro Alvo da PF: Ex-Presidente Nega Fuga e Denuncia ‘Humilhação’

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (18) e, em coletiva de imprensa em Brasília, negou qualquer intenção de deixar o país. Ele classificou a ação da PF como uma “suprema humilhação”, após a apreensão de seu celular e dinheiro em espécie. A operação ocorre em meio a investigações sobre sua suposta participação em uma trama golpista.
Bolsonaro confirmou a apreensão de seus pertences, declarando: “Eles pegaram meu celular, R$ 7 mil e aproximadamente US$ 14 mil, todo esse dinheiro devidamente declarado.” Ele questionou o inquérito, classificando-o como político e sem fundamentos concretos. O ex-presidente ressaltou sua idade e histórico como ex-chefe de Estado, reforçando sua indignação com a medida.
A operação da PF, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), investiga Bolsonaro por crimes como coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional. Além disso, foram impostas medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de horários para sair de sua residência.
Adicionalmente, Bolsonaro está proibido de manter contato com embaixadores e diplomatas estrangeiros, aproximar-se de embaixadas e interagir com outros investigados na mesma trama. O acesso às redes sociais também foi vedado, restringindo significativamente sua capacidade de comunicação pública.
A PGR, em documento recente, solicitou ao STF a condenação de Bolsonaro e outros sete réus do núcleo 1 da investigação por crimes graves, incluindo organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. As penas máximas para esses crimes podem ultrapassar 30 anos de prisão, com julgamento previsto para setembro.
O procurador-geral Paulo Gonet classificou Bolsonaro como o líder da organização criminosa e o principal articulador das ações investigadas. Segundo a PGR, o ex-presidente teria utilizado recursos e agentes estatais para propagar narrativas falsas e instigar a instabilidade social, visando a medidas autoritárias após as eleições presidenciais.
Fonte: http://ric.com.br