Racismo no Maracanã: MP denuncia seguranças por revista vexatória a mulher negra

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) formalizou denúncia contra dois seguranças acusados de racismo. O caso, ocorrido no Estádio do Maracanã, envolve uma revista considerada vexatória e discriminatória a uma mulher negra, com foco insistente na inspeção de seu cabelo. O incidente, que gerou indignação, levanta sérias questões sobre os protocolos de segurança e o tratamento dispensado aos torcedores.
Segundo a denúncia, os seguranças Erika Nascimento dos Santos e Carlos Augusto Machado excederam os limites legais durante a abordagem à vítima, em 22 de novembro de 2024. A ação constrangedora, que incluiu toques nos seios e revista completa das roupas, culminou na insistência da segurança Erika em revistar o cabelo da torcedora, mesmo após sua expressa negativa.
A vítima relatou que, após a busca pessoal inicial, a segurança agarrou seu cabelo, insistindo na revista manual sob a alegação de ser um “procedimento padrão da empresa”. O marido da torcedora, ao intervir, foi confrontado pelo supervisor Carlos Augusto, que apoiou a conduta racista e ameaçou impedir a entrada do casal no estádio. “A denúncia detalha a sequência de eventos que culminaram na proibição da entrada do casal no Maracanã”, afirma o MPRJ.
O MPRJ aponta diversas irregularidades na conduta dos seguranças da empresa Sunset Vigilância e Segurança, como o direcionamento discriminatório da revista, a ausência de justificativa para uma busca tão invasiva e a falta de um local reservado para a revista corporal. Além da responsabilização criminal dos seguranças, o MPRJ solicitou à Justiça a suspensão das atividades da empresa por três meses, como medida cautelar.
Até o momento, a empresa Sunset Vigilância & Segurança não se manifestou sobre o caso. O Portal iG entrou em contato com a empresa em busca de um posicionamento, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. A ausência de resposta da empresa intensifica o debate sobre a necessidade de medidas mais rigorosas para combater o racismo em eventos esportivos.
Fonte: http://esporte.ig.com.br