Autópsia revela causa da morte de brasileira que caiu em vulcão na Indonésia; Família acusa negligência no resgate

A autópsia de Juliana Marins, a brasileira de 26 anos que faleceu após cair em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, revelou a causa da morte. O exame, realizado no Hospital Bali Mandara, confirmou que a jovem sofreu múltiplos traumas que resultaram em fraturas graves e hemorragia interna, segundo autoridades forenses locais. O corpo de Juliana foi resgatado um dia antes da autópsia, que ocorreu na quinta-feira (26).
O especialista forense Ida Bagus Alit detalhou os achados do exame. “Encontramos arranhões e escoriações, bem como fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa”, afirmou. Ele acrescentou que as fraturas causaram danos aos órgãos internos e sangramento, concluindo que a causa da morte foi o impacto direto no tórax e nas costas. A estimativa é que Juliana tenha falecido cerca de 20 minutos após os ferimentos.
Apesar da rápida progressão do quadro que levou ao óbito, a demora no resgate do corpo de Juliana, que levou quatro dias, gerou críticas e questionamentos nas redes sociais. Brasileiros manifestaram indignação com a suposta lentidão das autoridades indonésias em acionar helicópteros e alcançar a vítima. A Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas) e o presidente indonésio Prabowo Subianto foram alvos de cobranças por explicações.
A família de Juliana Marins também se manifestou, alegando negligência por parte da equipe de resgate. A conta @resgatejulianamarins, que representa a família, afirmou que “Juliana sofreu negligência grave por parte da equipe de resgate. Se a equipe tivesse conseguido salvá-la dentro das sete horas estimadas, Juliana ainda estaria viva.” A família informou que pretende acionar a Justiça para responsabilizar os envolvidos.
Diante da repercussão da tragédia, autoridades brasileiras se mobilizaram. O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, cidade natal de Juliana, se comprometeu a custear o translado do corpo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também determinou ao Itamaraty que “preste todo o apoio à família, o que inclui o translado do corpo até o Brasil”. Inicialmente, o governo havia informado que a família seria responsável pelos custos, mas a decisão foi revista após críticas.
Juliana, que trabalhava como publicitária, estava viajando pela Ásia desde fevereiro. O Monte Rinjani, onde ocorreu o acidente, é o segundo maior vulcão da Indonésia, com 3.726 metros de altura. A jovem caiu enquanto fazia uma trilha em um trecho de difícil acesso no sábado (21), e seu corpo foi recuperado apenas na quarta-feira (25). A família relatou, em mensagem enviada no dia 22 de junho, que não havia recebido contato do Ministério das Relações Exteriores ou de outros representantes do governo federal até aquele momento.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br