Corrupção na Saúde: Prefeito de Fazenda Rio Grande Preso em Operação do GAECO

O prefeito de Fazenda Rio Grande, Marcos Marcondes (PSD), foi detido em uma operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). A investigação apura um suposto esquema de corrupção envolvendo contratos superfaturados na área da saúde da prefeitura. Secretários municipais e empresários ligados à administração também são investigados por participação no esquema.
Marcos Marcondes e outros quatro indivíduos foram presos na última quinta-feira (9), sob a suspeita de desvio de recursos públicos. A investigação do GAECO, que já dura seis meses, concentra-se em possíveis irregularidades nos contratos da área da saúde firmados pela prefeitura de Fazenda Rio Grande. As autoridades buscam esclarecer o destino dos recursos desviados e a extensão do esquema.
Além do prefeito, o secretário municipal da Saúde, Francisco Roberto Barbosa, também foi preso. Os sócios da AGP Saúde, Samuel Antonio da Silva Nunes e Abrilino Fernandes Gomes, e o auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), Alberto Martins de Faria, completam a lista de detidos na operação.
As investigações do GAECO revelaram que a Prefeitura de Fazenda Rio Grande e a AGP Saúde mantiveram contratos desde 2022 para a prestação de serviços. O Ministério Público alega que alguns desses serviços, como a testagem domiciliar, poderiam ter sido realizados com maior qualidade e a custos menores pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A discrepância levanta suspeitas sobre a real necessidade da contratação da empresa.
O Ministério Público também questiona os valores pagos pela Prefeitura de Fazenda Rio Grande à AGP Saúde, classificando-os como “incompatíveis com os serviços prestados”. Essa diferença pode indicar “superfaturamento” e “desvio de recursos”, de acordo com os investigadores. A AGP Saúde teria recebido mais de R$ 9,5 milhões apenas em contratos com a prefeitura, além de acordos com outros municípios da Região Metropolitana de Curitiba.
De acordo com o Ministério Público, o prefeito Marcos Marcondes teve um aumento patrimonial de 420% entre 2020 e 2024. Em 2020, quando foi eleito vice-prefeito, seu patrimônio era de R$ 231 mil, saltando para R$ 1,3 milhão quatro anos depois. O GAECO também identificou movimentações bancárias suspeitas na conta de Marcondes, incluindo depósitos de mais de R$ 19 mil entre 12 e 14 de dezembro de 2024.
A defesa do prefeito manifestou “irresignação em face da desproporcionalidade da decisão que entendeu pela sua prisão cautelar”. Em nota, a defesa afirmou que Marcondes sempre pautou sua atuação pública pela lisura, ética e transparência. A defesa ainda cita que a prisão é “desnecessária, especialmente em razão da inexistência de qualquer elemento que justifique a privação de liberdade de um gestor que sempre colaborou com as autoridades e com os órgãos de controle” e reitera a confiança de Marcondes na justiça.
A Prefeitura de Fazenda Rio Grande informou, também por meio de nota, que “está acompanhando o andamento do procedimento na manhã de hoje envolvendo a empresa contratada. Todas as informações e documentos solicitados pelas autoridades competentes foram prontamente fornecidos”. O partido de Marco Marcondes, o PSD, informou em nota que vai esperar ter mais informações para se manifestar.
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná confirmou que um dos alvos da operação é servidor do órgão, mas que estava afastado das funções desde o início deste ano, em licença não remunerada. A defesa do comentarista esportivo Fernando Gomes ressaltou em nota que Fernando Gomes goza da presunção de inocência, princípio fundamental consagrado na Constituição Federal.
Fonte: http://ric.com.br