Rombo no INSS: Empresário usou fintechs ligadas ao PCC para movimentar milhões

Um esquema de desvio bilionário de recursos do INSS ganha contornos ainda mais sombrios com a revelação de que o principal operador do esquema, Maurício Camisotti, movimentou R$ 1,2 milhão através de empresas financeiras suspeitas de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A descoberta, revelada por relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), lança luz sobre a intrincada teia de relações entre o crime organizado e a corrupção no sistema previdenciário.
Camisotti, apontado pela Polícia Federal como o principal controlador de três entidades envolvidas na fraude, foi preso em setembro durante a Operação Sem Desconto, que investiga descontos indevidos em aposentadorias que somam cifras bilionárias. As investigações apontam que as empresas controladas por ele faturaram mais de R$ 1 bilhão desde 2021, com repasses milionários para outros envolvidos no esquema.
Entre as transações sob suspeita, destaca-se um repasse de R$ 568 mil para a Guardiões Cambio e Turismo, empresa cujo proprietário, Valdecy Soares Coelho, é acusado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) de lavar dinheiro do tráfico de drogas na Cracolândia, área de grande criminalidade na capital paulista, sob o domínio do PCC. A suspeita é que a empresa atuava como laranja para ocultar a origem ilícita dos recursos.
Outro repasse, no valor de R$ 518 mil, foi realizado através do BK Bank, uma fintech já sob investigação por suspeitas de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, também com possíveis ligações com a facção criminosa. Segundo a Polícia Federal, o BK Bank era utilizado para centralizar movimentações financeiras de empresas de fachada ligadas ao crime.
A Polícia Federal continua a investigar a extensão do envolvimento do PCC no esquema de desvio de recursos do INSS, buscando identificar todos os participantes e recuperar os valores desviados. A complexidade do caso exige uma ação coordenada entre diferentes órgãos de investigação para desmantelar a rede criminosa e punir os responsáveis.
Fonte: http://revistaoeste.com