Bolsonaro condenado e a relação com os EUA

Bolsonaro condenado e a relação com os EUA

Análise da Morningstar sobre as implicações da condenação do ex-presidente

Bolsonaro condenado e a relação com os EUA
Foto: Adriano Machado

A condenação de Jair Bolsonaro aumenta a tensão entre EUA e Brasil, conforme análise da Morningstar.

A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado deve aumentar a pressão sobre a já tensa relação entre os EUA e o Brasil, mas provavelmente não terá implicações negativas para as classificações de crédito soberano do Brasil. Esta é a avaliação da agência de classificação de risco Morningstar DBRS, que atribui rating soberano BB para o Brasil, um nível abaixo do que indica grau de investimento na escala da agência, que é BBB.

Impacto nas relações bilaterais

Em resposta à condenação de Bolsonaro, os EUA podem tomar medidas adicionais contra o Brasil. A tarifa sobre as exportações brasileiras para os EUA pode ser aumentada, as isenções tarifárias existentes podem ser removidas ou sanções financeiras podem ser ampliadas para outros membros do governo brasileiro. A agência ainda lembra que os EUA já tomaram uma série de medidas punitivas contra o Brasil, e a relação bilateral está atingindo seu ponto mais baixo em décadas. Nos últimos dois meses, os EUA impuseram tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras e revogaram vistos de vários ministros do Supremo Tribunal Federal.

Condições econômicas do Brasil

Apesar das tensões, a economia brasileira está relativamente bem posicionada para suportar a maioria das ações dos EUA. A exposição direta do Brasil às tarifas dos EUA é baixa, com exportações representando menos de 2% do PIB brasileiro. Além disso, o presidente Lula não respondeu com tarifas retaliatórias, o que evita efeitos danosos para as famílias e empresas brasileiras. A inflação está ligeiramente acima da meta, mas em desaceleração, e o sistema bancário está bem capitalizado.

Perspectivas futuras

A Morningstar vê que as implicações fiscais para o Brasil devem ser relativamente modestas. A administração Lula ofereceu apoio orçamentário direcionado aos setores afetados. A probabilidade de desescalada no curto prazo parece baixa, uma vez que a Casa Branca vinculou o alívio das medidas punitivas a questões fora do controle do Executivo brasileiro. As tensões diplomáticas podem influenciar as eleições brasileiras de 2026 e acelerar os esforços do Brasil para fortalecer laços com outros países, como a China e a União Europeia.

Notícia feita com informações do portal: www.infomoney.com.br

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