UnB Expulsa Aluno Após Disputas e Acusações de Doutrinação Ideológica em Sala de Aula

A Universidade de Brasília (UnB) decidiu pela expulsão de Wilker Leão, estudante do curso de História. A medida, assinada pela reitora Rozana Reigota Naves, é resultado de um processo administrativo que apurou a conduta do aluno em relação a professores e colegas.
O caso ganhou notoriedade em 2024, quando Leão começou a divulgar gravações de aulas, alegando nelas a existência de doutrinação ideológica. O estudante frequentemente se filmava durante os debates, o que gerou controvérsia e motivou a abertura de processos internos na UnB.
A situação se agravou com a condenação criminal do estudante, determinada pela juíza Ana Cláudia Loiola, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. A magistrada, que também atua como professora, sentenciou Leão a dois anos e três meses de detenção em regime aberto por calúnia e difamação contra o professor Estevam Thompson.
A juíza Loiola baseou sua decisão em seis vídeos de aulas de História da África, nos quais Leão utilizou termos considerados ofensivos em referência ao professor. Para a magistrada, as falas do estudante atingiram a honra do docente e violaram o princípio da liberdade de cátedra.
“É prerrogativa do professor decidir sobre o uso de gravações em sala”, afirmou a juíza, ao justificar a condenação. A decisão gerou debates sobre a proporcionalidade da punição e os limites da liberdade de expressão dentro do ambiente acadêmico. Jurisprudências do STF e STJ garantem a legalidade de gravações feitas por um participante, mesmo sem consentimento do outro.
A liberdade de cátedra, assegurada pela Constituição, garante autonomia aos professores na abordagem de conteúdos e ideias. No entanto, essa liberdade não é absoluta, encontrando limites nos direitos dos alunos e no interesse público, além da necessidade de coibir abusos em sala de aula.
Fonte: http://revistaoeste.com