Bolívia: Ascensão da Oposição Rompe Hegemonia de Quase Duas Décadas da Esquerda e Força Segundo Turno Inédito

Bolívia: Ascensão da Oposição Rompe Hegemonia de Quase Duas Décadas da Esquerda e Força Segundo Turno Inédito

Um terremoto político sacudiu a Bolívia neste domingo, marcando o fim de um ciclo de quase 20 anos de domínio do Movimento ao Socialismo (MAS). Pela primeira vez em duas décadas, o partido não estará presente no segundo turno da eleição presidencial, abrindo caminho para uma disputa entre a oposição. Os resultados preliminares indicam um cenário polarizado, com o país dividido entre diferentes visões de futuro.

Rodrigo Paz Pereira, senador e figura ascendente, lidera a corrida com 32,08% dos votos, seguido pelo ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, com 26,94%. O empresário Samuel Doria Medina, que obteve 19,93%, já declarou apoio a Paz Pereira, fortalecendo a frente oposicionista. A fragmentação da esquerda, com Andrónico Rodríguez (8,11%) e Eduardo del Castillo (3,14%) obtendo resultados modestos, contribuiu para o cenário de mudança.

A surpreendente performance de Paz Pereira, filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, sinaliza o surgimento de um novo polo de oposição ao evismo. “É o início de uma grande transformação”, declarou o senador, prometendo “varrer a corrupção” e superar o “Estado de bloqueio”. Sua ascensão representa um desafio direto ao legado de Evo Morales e ao modelo político implementado pelo MAS.

Diversos fatores contribuíram para a derrota da esquerda, incluindo divisões internas e uma grave crise econômica. A queda das reservas internacionais, a retração das exportações de gás, a inflação crescente e a escassez de combustíveis geraram descontentamento social e abriram espaço para o avanço da oposição. A decisão de Evo Morales de incentivar o voto nulo, em protesto contra sua inelegibilidade, também dividiu a base eleitoral.

A inédita ocorrência de um segundo turno, previsto para 19 de outubro, reflete a profunda divisão do eleitorado boliviano. A Constituição de 2009 previa essa possibilidade, mas nunca havia sido necessária até então. Agora, os bolivianos terão a oportunidade de escolher entre a continuidade de um sistema desgastado ou a promessa de uma mudança estrutural liderada pela oposição.

Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br

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