Rinoceronte gelado revela migrações no Atlântico

Museu Canadense da Natureza

Nova espécie sugere novas rotas de migração de rinocerontes

Rinoceronte gelado revela migrações no Atlântico
Foto: Museu Canadense da Natureza

Nova espécie de rinoceronte, descoberta no Alto Ártico, sugere migrações mais recentes para a América do Norte via ponte terrestre.

Em 7 de setembro de 2025, a comunidade científica se deparou com uma nova descoberta sobre a evolução dos rinocerontes. Cientistas do Museu Canadense da Natureza identificaram uma nova espécie extinta, o Epiatheracerium itjilik, a partir de fósseis encontrados na Cratera Haughton, na Ilha Devon, Nunavut. Essa descoberta sugere que a migração de rinocerontes para a América do Norte ocorreu muito mais recentemente do que se acreditava, através de uma ponte terrestre.

A nova espécie e seus detalhes

O Epiatheracerium itjilik, cujo nome significa “gelado” em inuktitut, era um rinoceronte relativamente pequeno, semelhante ao rinoceronte indiano moderno, mas sem chifre. O esqueleto fossilizado encontrado representa cerca de 75% do corpo do animal. A Dra. Danielle Fraser, autora principal do estudo, destaca que a adição dessa espécie à árvore genealógica dos rinocerontes fornece novas perspectivas sobre sua história evolutiva.

Significado da Cratera Haughton

Localizada a 23 km de diâmetro, a Cratera Haughton é o mais setentrional sítio fossilífero do Mioceno. Durante essa época, diversas famílias de mamíferos modernos se diversificaram. A cratera preservou um lago que contribuiu para a conservação dos restos de plantas e animais, mostrando que o habitat era uma floresta temperada, em contraste com o permafrost atual. Os fósseis foram encontrados em uma área de 5 a 7 metros quadrados, afetada pelo processo de crioturbação, que expõe os ossos à superfície.

Implicações da descoberta

Estudos anteriores sugeriam que a Ponte Terrestre do Atlântico Norte funcionou como um corredor de migração até cerca de 56 milhões de anos atrás. Entretanto, a nova análise com Epiatheracerium itjilik indica que a dispersão da Europa para a América do Norte ocorreu potencialmente no Mioceno, o que altera a compreensão sobre a evolução dos rinocerontes. A Dra. Fraser enfatiza que essa descoberta reforça a importância do Ártico na compreensão da diversificação dos mamíferos ao longo do tempo.

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