Festival de Parintins: Alcolumbre, Barroso e Motta Utilizam Aviões da FAB em Viagem Questionada

A utilização de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) por importantes figuras do cenário político e jurídico para comparecer ao Festival de Parintins, no Amazonas, gerou debates sobre a justificativa e a transparência no uso de recursos públicos. Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, juntamente com o ministro do Turismo, Celso Sabino, embarcaram em voos da FAB no último fim de semana, conforme informações obtidas pela Folha de S.Paulo e confirmadas pelo Conexão Política. O corregedor-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Mauro Campbell, também estava entre os passageiros, além de outros convidados.
De acordo com o decreto que regulamenta os voos da FAB, o transporte de chefes de Poder, ministros e outras autoridades é permitido em situações de serviço, segurança ou emergência médica. Os registros da FAB indicam que o grupo partiu de Brasília na sexta-feira (27), aterrissou em Parintins e retornou no domingo (29), com a aeronave transportando 20 passageiros na viagem de volta. A controvérsia reside na alegação de alguns dos envolvidos sobre a natureza oficial da viagem.
Em relação à justificativa para o uso do avião da FAB, a presidência do Senado declarou, em nota, que a medida atende a “recomendações de segurança” e que o senador Alcolumbre tem “orgulho em prestigiar o Festival Folclórico de Parintins”. Por sua vez, o ministro Barroso afirmou ter aproveitado a viagem para se reunir com o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas em Parintins. No entanto, tanto Alcolumbre quanto Motta não apresentaram compromissos oficiais previamente agendados na cidade, levantando dúvidas sobre a motivação principal da viagem.
Ainda durante o evento, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) anunciou ter obtido R$ 17 milhões para o recapeamento da pista do aeroporto local, que estaria sob risco de interdição pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A cobrança, feita em tom de brincadeira, provocou reações críticas nas redes sociais, adicionando mais um elemento de polêmica ao caso.
Essa viagem de autoridades à Parintins ocorre em meio a questionamentos sobre a transparência no uso de aeronaves da FAB. Em junho, o presidente da Câmara, Hugo Motta, também requisitou jatos oficiais para festas juninas em Petrolina (PE) e Campina Grande (PB), com escalas em Salvador (BA). Nem Motta nem a FAB detalharam os motivos das escalas ou divulgaram a lista de convidados, contribuindo para o debate sobre a utilização de recursos públicos para fins não estritamente oficiais.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br