Moradora de Canoas revive trauma com novas chuvas: “Foi mais um dia de terror”

Moradora de Canoas revive trauma com novas chuvas: “Foi mais um dia de terror”

A incessante chuva que castigou Canoas (RS) na última noite e madrugada trouxe à tona dolorosas lembranças para Patrícia Vargas, 51 anos, moradora do bairro São Luiz. A técnica em administração descreve o cenário como um “dia de terror”, remetendo ao trauma vivido em maio do ano passado, quando sua casa foi completamente devastada.

O temporal reacendeu o medo e a angústia de Patrícia e sua mãe, de 75 anos. “Não conseguimos dormir. Às três da manhã, temíamos que a água invadisse nossa casa novamente”, relata, evidenciando o impacto psicológico das recorrentes enchentes.

A proximidade da água, que chegou a poucos centímetros da porta da cozinha, intensificou o pavor. “Só quem perdeu tudo sabe o que isso significa. Eu tenho 51 anos e nunca imaginei passar por duas experiências dessas em tão pouco tempo”, desabafa Patrícia, expressando a frustração diante da repetição do desastre.

Em maio de 2024, a residência de Patrícia foi transformada em uma piscina de lama, destruindo móveis e eletrodomésticos. Apenas uma geladeira resistiu à força da água. A moradora lamenta a falta de medidas preventivas eficazes após a primeira enchente. “A gente está se sentindo meio abandonada. Ninguém do meu bairro dormiu na última noite”, afirma, revelando a sensação de desamparo entre os cerca de 3 mil moradores da região.

Apesar do cenário de apreensão, a solidariedade se manifesta entre os vizinhos, que criaram um grupo de mensagens para alertar sobre os riscos. Uma vaquinha virtual possibilitou a Patrícia a compra de alguns móveis após a enchente do ano passado. “Depois que teve a enchente, essa foi a pior noite de todas”, conclui.

Enquanto isso, a prefeitura de Canoas afirma monitorar a situação e a Defesa Civil do Rio Grande do Sul alerta para o risco de alagamentos em diversas regiões do estado. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta vermelho, indicando grande perigo devido ao alto volume de chuvas previsto para os próximos dias.

Até o momento, a Defesa Civil confirmou duas mortes em decorrência das chuvas no estado. Mais de 1.300 pessoas estão desalojadas e mil foram encaminhadas para abrigos. O governador Eduardo Leite, por sua vez, declarou nas redes sociais que as chuvas atuais não se comparam às do ano passado, embora as equipes continuem atuando para proteger vidas e minimizar os impactos.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br

admin

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *