Acordo EUA-China: ‘Fim da Loucura’ e Início de Diálogo, Avalia Especialista da FGV

Acordo EUA-China: ‘Fim da Loucura’ e Início de Diálogo, Avalia Especialista da FGV

O recente acordo entre Estados Unidos e China para reduzir tarifas de importação representa mais do que um simples alívio na tensão comercial global. Para Lívio Ribeiro, pesquisador associado do FGV/Ibre e sócio da BRCG Consultoria, o pacto é um sinal de mudança na postura dos negociadores americanos, marcando o início de um processo de diálogo construtivo. “Não tem nenhum lunático sentado à mesa e isso parece ser um grande avanço em relação ao debate que a gente tinha no último mês”, afirmou Ribeiro em entrevista ao InfoMoney.

Segundo o especialista, a substituição de figuras mais radicais da gestão Trump por nomes como o secretário do Tesouro, Scott Bessent, indica uma abordagem mais pragmática e focada em resultados. As reuniões do fim de semana resultaram em uma trégua de 90 dias nas tarifas, com produtos chineses sujeitos a uma alíquota de 30% nos EUA e produtos americanos pagando 10% na China. Ribeiro ressalta a rapidez com que o acordo foi alcançado, sugerindo que as negociações já estavam em andamento nos bastidores.

“Houve um avanço relativamente rápido em termos de tempo decorrido de sentar à mesa formalmente para que se tenha um comunicado”, explica Ribeiro. “É um sinal de que, na verdade, essas tratativas possivelmente já tinham começado, ou de que a dor é tão grande que ninguém acha isso razoável, então é muito mais fácil convergir.” Ele pondera, no entanto, que este é apenas o primeiro passo de um longo caminho, comparando-o a uma “primeira valsa” em um baile.

O pesquisador da FGV/Ibre prevê que haverá muitas outras rodadas de negociação, com o objetivo final de alcançar um acordo similar ao “Fase 1”, firmado em 2020, pouco antes da pandemia. Ribeiro alerta, contudo, que o “Acordo Fase 1” continha metas ambiciosas, principalmente em setores como energia e serviços, que dificilmente seriam cumpridas. Portanto, a solidez do novo acordo dependerá da definição de metas realistas e do compromisso de ambas as partes em cumpri-las.

Embora o acordo tenha sido recebido positivamente pelos mercados globais, Ribeiro adverte para a necessidade de cautela. Ele ressalta que o pacto é temporário e não abrange todas as categorias de produtos comercializados entre os dois países. Além disso, as tarifas originais impostas pelos EUA sobre produtos chineses permanecem em vigor, indicando que a tensão comercial ainda não foi completamente dissipada. A chave, segundo Ribeiro, é manter o diálogo aberto e buscar soluções que beneficiem ambas as partes.

Fonte: http://www.infomoney.com.br

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