Queda na Natalidade em SP Alerta para Desafios Econômicos e Previdenciários

São Paulo enfrenta um declínio significativo na taxa de natalidade, com uma redução de 28,5% nos últimos 40 anos. Os dados dos Cartórios de Registro Civil, compilados pela Fundação Seade, revelam que os nascimentos caíram de 700 mil para menos de 500 mil em 2024. Essa tendência, intensificada pela pandemia, levanta sérias preocupações sobre o futuro econômico e social do estado.
Não apenas o número de nascimentos diminuiu, mas o perfil das mães também mudou drasticamente. Em 2000, a maioria das mães paulistas (73%) tinha até 29 anos. Em 2024, esse percentual caiu para 55%, enquanto a participação de mães com idades entre 35 e 39 anos mais que dobrou, sinalizando um adiamento da maternidade.
A diminuição da população jovem impacta diretamente a força de trabalho e, consequentemente, a economia. A escassez de mão de obra pode pressionar os salários e exigir investimentos em automação para compensar a falta de trabalhadores jovens, conforme apontado pela Fundação Seade.
A pressão sobre a Previdência também é inevitável, com o aumento da proporção de idosos em relação à população em idade ativa. No Brasil, essa razão passou de 47,1% em 2010 para uma projeção de 67,2% em 2060, indicando um futuro desafiador para os sistemas previdenciário e de saúde.
Diante desse cenário, especialistas defendem uma reavaliação urgente das políticas públicas. “Será preciso investir em infraestrutura de saúde voltada para a terceira idade, adaptar o mercado de trabalho para acomodar trabalhadores mais velhos e revisar o sistema previdenciário para garantir sua sustentabilidade”, afirmam.
A queda na natalidade não é exclusividade de São Paulo, mas um fenômeno global com profundas implicações. O professor de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Renan Pieri, ressalta a necessidade de “encontrar novas formas de refinanciar os sistemas previdenciários”. Ele complementa, “com menos jovens, será preciso investir mais e melhor em educação para que, com melhor formação, estes jovens sejam mais produtivos”.
Fonte: http://www.infomoney.com.br