STF Condena Zambelli a 10 Anos por Invasão Hacker ao CNJ e Determina Perda de Mandato

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a dez anos de prisão. A decisão é referente à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à inserção de documentos falsos, configurando crimes de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica. Além da pena de prisão, foi determinada a perda do mandato da deputada após o trânsito em julgado da ação.
Os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram a favor da condenação. Adicionalmente, Zambelli e Walter Delgatti, apontado como o hacker responsável pela invasão, deverão pagar juntos uma indenização de R$ 2 milhões. A acusação principal é que Zambelli teria instruído Delgatti a invadir o sistema do CNJ para criar um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, simulando uma ordem oficial.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), liderada pelo procurador-geral Paulo Gonet, sustenta que a intenção era criar um documento falso que aparentasse ser um mandado de prisão emitido pelo próprio ministro Moraes. Segundo a PGR, Zambelli também teria planejado o bloqueio de valores da conta bancária do ministro. Delgatti confirmou à Polícia Federal ter sido procurado por Zambelli para cometer o crime, alegando ter recebido dinheiro e a identificando como a mentora da operação.
A defesa de Delgatti corroborou a versão apresentada pelo hacker. Em contrapartida, Carla Zambelli nega todas as acusações, alegando ser vítima de perseguição política. A defesa da deputada tentou, sem sucesso, adiar o julgamento, solicitando que este ocorresse no plenário físico do STF para apresentação de defesa oral.
Em nota, Carla Zambelli manifestou “profundo sentimento de inconformismo” com a decisão. “Sigo com a consciência tranquila, pois jamais agi com dolo, violência ou má-fé, e nunca cometi qualquer ato criminoso punível pela legislação brasileira”, declarou a parlamentar. O caso segue agora para as próximas etapas legais, incluindo a possibilidade de recursos.
Fonte: http://agoranoticiasbrasil.com.br