Fraudes no INSS: Prejuízo Bilionário Pode Ser 35 Vezes Maior Que o Estimado, Alerta Especialista

Um especialista em direito previdenciário levanta a suspeita de que o rombo nas contas do INSS pode ser muito maior do que os R$ 6,3 bilhões identificados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Rômulo Saraiva, advogado e autor do livro ‘Fraude nos Fundos de Pensão’, publicou um artigo na Folha de S.Paulo onde questiona se a prática de ‘venda casada’ não elevou o prejuízo para R$ 219 bilhões.
O cerne da questão reside na suposta parceria entre associações, sindicatos e instituições financeiras. Saraiva alega que dados vazados de beneficiários foram utilizados para a contratação irregular de empréstimos consignados, seguidos de descontos indevidos de mensalidades sindicais ou associativas. “Se eles já não tinham escrúpulo para roubar idosos hipossuficientes com mensalidades de R$ 50, com muito mais razão teriam interesse no empréstimo consignado”, afirma o especialista.
A suspeita ganha força com os números apresentados no artigo. Os repasses financeiros de empréstimos consignados para associações e sindicatos saltaram de R$ 57,4 bilhões em 2021 para R$ 89,4 bilhões em 2023, totalizando R$ 219,6 bilhões em três anos. Saraiva questiona a legitimidade de grande parte desse montante.
O especialista também critica a metodologia da auditoria conduzida pelo TCU. Segundo ele, a Corte de Contas negligenciou a análise de milhões de contratos de empréstimo, limitando-se à verificação de sites de associações. “Foi mais fácil ao TCU analisar a internet do que 15 milhões de contratos de empréstimo, local inexplorado”, ironiza Saraiva.
Para Saraiva, a ausência de informações sobre consignados nos sites das associações não é evidência suficiente para descartar fraudes. Ele argumenta que muitas dessas entidades operam com estruturas precárias, tanto físicas quanto virtuais, o que dificulta a identificação de irregularidades.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br