Super Quarta Decisiva: Copom Deve Reduzir Ritmo de Alta da Selic Enquanto Fed Mantém Taxas Inalteradas

O mercado financeiro global concentra atenções na Super Quarta, com decisões cruciais de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. No Brasil, a expectativa é de que o Banco Central desacelere o ritmo de aperto monetário, com uma elevação de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, atingindo 14,75%. Paralelamente, nos EUA, o Federal Reserve (Fed) deve manter a pausa no aumento das taxas de juros, preservando a faixa entre 4,25% e 4,5%.
No cenário doméstico, a sinalização de um aumento menos agressivo por parte do Copom reflete a percepção de uma desaceleração da economia brasileira. A decisão acompanha a última reunião, em que a taxa de juros foi elevada em um ponto percentual, com os diretores indicando que os aumentos subsequentes seriam de menor magnitude. A maioria dos agentes de mercado já precifica o início de cortes nos juros para o final do ano.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, a expectativa é que o Fomc mantenha a taxa de juros inalterada, avaliando os impactos da política tarifária implementada anteriormente. Os índices econômicos atuais, embora não sinalizem uma recessão iminente, demandam cautela na condução da política monetária. A atenção se volta para como o Fed equilibrará o combate à inflação com os riscos de desaceleração econômica.
Analistas como Felipe Uchida, da Equus Capital, consideram que o aumento de 0,5 p.p. é compatível com o atual risco inflacionário do país. “Isso reflete a tentativa do Copom de equilibrar o combate à inflação, com sinais crescentes de desaceleração da atividade econômica”, afirma Uchida. A decisão do Copom busca, portanto, calibrar a política monetária para evitar um impacto excessivo na atividade econômica.
No entanto, o impacto da política tarifária americana e as decisões do Fed reverberam diretamente no Brasil. Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, ressalta que ativos norte-americanos mais atrativos podem provocar fuga de capital dos países emergentes. “Esse movimento pressiona o real, aumenta o custo do financiamento externo e pode levar à elevação da inflação via câmbio”, explica Lima, destacando a complexa interdependência entre as economias.
Fonte: http://www.infomoney.com.br