Fed Mantém Juros Inalterados e Alerta para Riscos: Recessão à Vista nos EUA?

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, optou por manter as taxas de juros estáveis, situando-as entre 4,25% e 4,5% ao ano. A decisão, anunciada nesta quarta-feira, lança um véu de incerteza sobre o futuro da economia americana, com o presidente Jerome Powell enfatizando os riscos de aumento tanto do desemprego quanto da inflação. A postura cautelosa do Fed reacendeu o debate sobre a iminência de uma recessão nos EUA.
Diante desse cenário, economistas divergem sobre os próximos passos. Claudia Rodrigues, do C6 Bank, acredita que a cautela do Fed persistirá, mantendo os juros elevados para priorizar o controle da inflação, sem descartar a manutenção das taxas até o final do ano. “Por isso, acreditamos que o Fed vai manter os juros elevados por mais tempo, priorizando o retorno da inflação à meta. Diferentemente do consenso do mercado, não descartamos que os juros sejam mantidos no patamar atual até o final do ano”, afirma Rodrigues.
Andressa Durão, economista da ASA, ressalta a mensagem de paciência transmitida por Powell, que pretende acompanhar os dados antes de tomar novas medidas. Apesar disso, ela alerta que a cautela de empresas e famílias, mencionada por Powell, pode impactar negativamente a economia. Para Durão, essa incerteza elevada pode levar os EUA a uma recessão, com o Fed retomando cortes de juros no segundo semestre.
Outros especialistas também compartilham suas perspectivas. Luis Cezario, economista-chefe da Asset 1, destaca que o Fed será reativo aos riscos, priorizando o combate à recessão se a economia americana entrar em colapso e as expectativas de inflação de longo prazo permanecerem estáveis. Já Gustavo Sung, da Suno Research, prevê uma desaceleração econômica, mas sem recessão, impulsionada por um mercado de trabalho ainda sólido, alertando, contudo, para o aumento do risco de estagflação.
Em resumo, o Fed sinaliza um período de observação atenta, equilibrando os riscos de inflação e recessão. O futuro da economia americana permanece incerto, com economistas divididos sobre a probabilidade de uma recessão e os próximos movimentos do banco central.
Fonte: http://www.infomoney.com.br