Ato em São Paulo Defende Justiça do Trabalho Contra Decisão do STF sobre Pejotização

Ato em São Paulo Defende Justiça do Trabalho Contra Decisão do STF sobre Pejotização

Manifestantes se reuniram nesta quarta-feira no Fórum Trabalhista da Barra Funda, em São Paulo, para defender a competência da Justiça do Trabalho em julgar ações trabalhistas. O protesto, que também ocorreu em outras cidades do país, criticou a recente decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, de suspender ações relacionadas à pejotização, modalidade de contratação que utiliza pessoas jurídicas em vez de empregados CLT.

A manifestação contou com o apoio de diversas entidades importantes, como a OAB-SP, o Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), a Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), a Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo (AATSP) e a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da Segunda Região (AMATRA-2). A presença dessas instituições demonstra a amplitude da preocupação com a decisão do STF e seus impactos no direito do trabalho.

“O ato está sendo organizado com o objetivo de defender a autonomia, a competência, a liberdade e aquilo que a Constituição assegura para a Justiça do Trabalho”, afirmou o desembargador Valdir Florindo, presidente do TRT da 2ª Região, em São Paulo. Ele enfatizou a importância de cumprir a Constituição Federal e garantir a proteção das relações de trabalho.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do TRT-2 expressou sua preocupação com a suspensão dos processos, argumentando que a medida viola a competência da Justiça Trabalhista e prejudica a população. “Isso traz consequências seríssimas, porque paralisa a busca por justiça de milhares de trabalhadores e amplia a insegurança social”, alertou.

Florindo ressaltou que a Justiça do Trabalho é uma instituição consolidada, com mais de 80 anos de história, criada para garantir a pacificação social e proteger os direitos fundamentais dos trabalhadores. Ele criticou a tentativa de dissimular vínculos empregatícios através da pejotização, negando direitos sociais sob o pretexto de modernização das relações de trabalho.

No mês passado, o ministro Gilmar Mendes suspendeu a tramitação de todos os processos que discutem a legalidade da pejotização, unificando o entendimento da Justiça sobre o tema. A decisão foi tomada após o STF reconhecer a repercussão geral do assunto, o que significa que servirá de parâmetro para casos semelhantes.

A OAB SP se manifestou logo após a decisão do STF, defendendo a competência da Justiça do Trabalho para julgar ações envolvendo vínculos empregatícios na contratação de pessoas jurídicas. A Ordem enfatizou a necessidade de um debate sereno sobre o tema, respeitando as manifestações de todas as instâncias da Justiça do Trabalho.

Otavio Pinto e Silva, presidente da Comissão Especial da Advocacia Trabalhista da OAB-SP, considerou a decisão do STF “bastante preocupante”. Segundo ele, a medida já afetou cerca de 500 mil processos em todo o país, evidenciando a necessidade de discutir o tema e mostrar aos ministros do Supremo a importância da Justiça do Trabalho na resolução desses conflitos. Ele argumenta que a população é afetada pela pejotização, que muitas vezes priva os trabalhadores de direitos básicos como férias, 13º salário e FGTS.

A pejotização, prática de contratar trabalhadores como pessoas jurídicas em vez de empregados CLT, é utilizada por empresas para reduzir custos e evitar o pagamento de direitos trabalhistas. Procurado pela Agência Brasil, o STF informou que não vai comentar sobre o ato.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br

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