Setor de Serviços Brasileiro Contrai em Abril, Sinalizando Alerta para a Economia
O setor de serviços do Brasil apresentou contração em abril, revertendo a trajetória de recuperação observada no início do ano. O Índice de Gerentes de Compras (PMI), divulgado nesta terça-feira, acendeu um sinal de alerta para a economia, refletindo a fragilidade da demanda interna. A pesquisa da S&P Global indica que a atividade do setor caiu para 48,9, abaixo da marca de 50 que separa o crescimento da contração.
A retração foi impulsionada pela diminuição tanto do nível de atividade quanto da entrada de novos negócios. Empresas do setor apontam competição acirrada, restrições financeiras e uma desaceleração geral da demanda como fatores determinantes para o desempenho negativo. Em resposta, houve uma contenção nas contratações, com o aumento do nível de emprego atingindo o patamar mais baixo desde janeiro.
Em relação aos custos, a pesquisa revelou pressões inflacionárias persistentes, com aumentos nos preços de alimentos, combustíveis, materiais e aluguéis, além da depreciação cambial. Apesar disso, o ritmo de aumento dos custos de insumos foi o mais lento dos últimos quatro meses. As empresas continuaram repassando parte desses aumentos aos clientes, resultando em uma alta nos preços cobrados, embora em um ritmo mais moderado.
“As pressões inflacionárias continuaram historicamente elevadas, apesar de um alívio pelo segundo mês seguido”, destacou Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence. A especialista ressaltou que, embora a inflação alta e as taxas de juros elevadas possam desestimular o consumo, o setor demonstra um otimismo cauteloso em relação ao futuro.
Apesar dos desafios, a confiança no setor se mantém, impulsionada por expectativas de melhora nas condições de demanda e contenção das pressões inflacionárias. Contudo, alguns participantes da pesquisa mencionaram preocupações com o cenário econômico e as questões políticas. A contração do setor de serviços, somada à estagnação da indústria, levou o PMI Composto do Brasil a recuar para 49,4 em abril, indicando uma leve retração na atividade econômica geral.
Fonte: http://www.infomoney.com.br
