Previdência e Salários Consomem 60% do Orçamento Federal, Aponta Estudo Inédito

Um estudo exclusivo, fruto da parceria entre a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), revela um panorama preocupante das finanças públicas federais. De acordo com o levantamento, impressionantes 60% dos gastos do governo são destinados à Previdência Social e ao pagamento de salários e encargos de servidores.
O estudo, que analisou detalhadamente 60 itens de custo federal, agrupados em 28 categorias, destaca 11 classificações responsáveis pela maior parte do consumo de recursos. A coleta de dados utilizou informações públicas da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), organizadas na plataforma online “Gasto Brasil”, ferramenta atualizada em tempo real e coordenada por Cláudio Queiroz, com endosso do presidente do Ipea, Erik Alencar de Figueiredo.
A análise demonstra que a Previdência e as despesas com pessoal são os maiores gargalos do orçamento, absorvendo, em conjunto, 96% dos recursos nacionais. Esses gastos incluem não apenas a remuneração de servidores ativos e encargos sociais, mas também aposentadorias, pensões do INSS, sentenças judiciais e precatórios.
A questão da Previdência já é alvo de polêmica, como a Operação Sem Desconto, que investiga desvios bilionários no INSS. “Entre 2019 e 2024, as cobranças irregulares somam R$ 6,3 bilhões – valor que ultrapassa R$ 8 bilhões se considerados os casos desde 2016”, revelou a Polícia Federal, culminando na saída do então presidente do Instituto.
Além da Previdência e dos gastos com pessoal, o estudo aponta que as demais categorias de despesas se concentram em políticas de assistência social, como o Bolsa Família, o Seguro-Desemprego e o Abono Salarial. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) também figura entre os principais gastos, garantindo um salário mínimo a pessoas com deficiência e idosos em situação de vulnerabilidade.
O levantamento também destaca outros dispêndios relevantes, como as despesas discricionárias e os créditos extraordinários, que refletem as escolhas políticas do governo em áreas como infraestrutura e subsídios agrícolas. Além disso, o estudo menciona os gastos obrigatórios com saúde e com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Por fim, o estudo considera os gastos de custeio e capital do Legislativo, Judiciário, Ministério Público da União e Defensoria Pública da União. A pesquisa oferece uma visão abrangente e detalhada da alocação de recursos federais, fomentando um debate essencial sobre a eficiência e a priorização dos gastos públicos no Brasil.
Fonte: http://www.infomoney.com.br